Coordenadora da Unesco diz que houve poucos avanços na conservação de Brasília desde 2001

13/03/2012 - 21h11

Da Agência Brasil

Brasília – A coordenadora cultural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Jurema Machado, disse hoje (13) que houve poucos avanços na manutenção e fiscalização do patrimônio de Brasília desde a última avaliação da Unesco, em 2001, sobre a manutenção do título de Patrimônio Mundial.

Segundo Jurema Machado, os relatórios enviados à Unesco pelo governo do Distrito Federal (GDF) e pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nesse período, não apresentavam melhoras significativas.

Uma missão de monitoramento do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco e do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) estará sábado (17), em Brasília, para avaliar o estado de conservação da cidade. O objetivo é verificar se há condições de a capital ser mantida na lista de Patrimônio Mundial.

“Diminui-se o ritmo do avanço. Mas o que é necessário pensar hoje é em medidas de fiscalização mais efetivas e reversão do que tiver que ser revertido”, disse Jurema. A visita a Brasília foi sugerida ao governo brasileiro na última reunião do Comitê de Patrimônio Mundial, em 2011. Os especialistas Luis Maria Calvo e Carlos Sambricio serão os responsáveis pela análise das condições de preservação da capital federal.

“Os processos [em relação ao patrimônio] têm momentos de avanço e de retrocesso. Considero [o risco de Brasília perder o título] uma falsa polêmica. Nós temos uma série de instituições e temos uma população que tem demonstrado que o que queremos é preservar a cidade. E nós temos que construir os meios para chegar aos objetivos”, disse o diretor de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Schlee.

Na última visita da Unesco, as dificuldades eram referentes à gestão, principalmente quanto à definição das responsabilidades. Neste ano, a avaliação será dividida em três grupos: gestão ou institucional, legislação (normas urbanísticas) e novas intervenções previstas (veículo leve sobre trilhos, obras para a Copa do Mundo de 2014 e a revitalização da Avenida W3).

De acordo com o GDF, Brasília detém a maior área tombada do mundo, de 112,25 quilômetros quadrados. O título de Patrimônio Mundial foi concedido há 25 anos.

Edição: Lana Cristina