Transplantes de rim aumentam 20% no primeiro bimestre deste ano em São Paulo

08/03/2012 - 11h39

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil


São Paulo – O número de transplantes de rim feitos no estado de São Paulo cresceu 20,3% no primeiro bimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2011. Em janeiro e fevereiro, foram feitas 272 cirurgias de transplante ante 226 nos mesmos meses do ano passado, segundo balanço da Secretaria de Saúde do estado. Os dados referem-se a doações de pessoas com morte cerebral.

De acordo com a pasta, o aumento tem relação direta com o crescimento do número de doadores. No primeiro bimestre deste ano, foram 164 doadores, 22,3% a mais do que em janeiro e fevereiro de 2011. Normalmente, cada doador pode beneficiar até duas pessoas.

“São várias ações que a secretaria vem tomando ao longo dos anos e que resultaram no aumento do número de doadores de 2004 a 2010. Agora, no início de 2012, está se mostrando um aumento ainda maior comparado com os primeiros dois meses”, diz o médico Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes do estado.

Entre as ações da secretaria, o médico destaca a descentralização da busca por órgãos e a compra de equipamentos para a averiguação da morte cerebral dos possíveis doadores.

O estado registra taxa de 21,2 doações por milhão de habitantes, cenário similar ao dos Estados Unidos, onde a proporção é 25. Na Grande São Paulo, a taxa é 31,8, comparável à da Espanha, país referência em doação de órgãos.

“No caso do rim, a lista de espera é de 10 mil pessoas. Essa lista de espera nunca vai zerar, mas vamos aumentar um pouco mais o atendimento”, ressalta o coordenador.

Outro crescimento expressivo foi registrado no número de transplantes de pulmão, que passou de três no primeiro bimestre do ano passado para 13 neste ano. Os dados referem-se a doações de pacientes mortos.

De acordo com a secretaria, a recomendação para quem deseja ser doador é deixar a intenção clara aos parentes. “Não existe nenhum documento legal que permita a retirada de um órgão de algum indivíduo sem autorização da família. No momento da entrevista familiar, que é um momento muito difícil, a família vai lembrar [do pedido] e atender o desejo”, diz o médico.

 

 

Edição: Lílian Beraldo