Comissão da Anistia homenageia mulheres com filmes e sessão de julgamento

08/03/2012 - 21h17

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Para homenagear as mulheres que resistiram à ditadura militar, a Comissão da Anistia promove hoje (8) e amanhã (9) um evento especial em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

“A comissão resolveu fazer essa atividade especial em homenagem às mulheres que foram perseguidas durante a ditadura militar”, disse Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia.

A homenagem, segundo Abrão, será feita em duas etapas. A primeira delas ocorre na noite de hoje na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, com o pré-lançamento do documentário Repare Bem, dirigido pela atriz e cineasta portuguesa Maria de Medeiros e que é parte do projeto Marcas da Memória, do Ministério da Justiça.

“É um filme dirigido pela cineasta portuguesa Maria de Medeiros e que conta a história de três gerações de mulheres que foram perseguidas durante a ditadura: a mãe, Ercanación Lopes, a filha Denise Crispim e a neta, Eduarda Crispim. A Denise foi esposa do Bacuri (Eduardo Leite), que foi morto durante a ditadura militar. A Denise estava grávida e a Eduarda não conheceu o pai”, contou Abrão.

Já amanhã ocorrerá uma sessão de julgamento de sete mulheres que foram perseguidas políticas: Maria Niedja de Oliveira, Maria Nadja Leite de Oliveira, Maria Angélica Santos Bacellar, Gilda Fioravanti da Silva, Ida Schrage, Hilda Alencar Gil e Darci Toshiko Miyaki.

Antes da sessão de julgamento, haverá um ato público em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e a exibição do documentário Vou Contar para meus Filhos, também parte do projeto Marcas da Memória, que, segundo Abrão, “financia iniciativas de memorialização por parte da sociedade civil”.

O documentário conta o reencontro, 40 anos depois, das mulheres que foram presas na colônia penal de Recife, Pernambuco, entre 1969-1979.

“Vamos assinar um acordo de cooperação entre a Comissão de Anistia e a Cinemateca para reunir todo o acervo audiovisual e de multimídia, que foi acumulado nesses dez anos da Comissão de Anistia”, disse Abrão.

A ideia, segundo ele, é que a Cinemateca seja depositária de todo esse acervo, que reúne cassetes com relatos fetios à Comissão de Anistia por vítimas da ditadura, filmagens das Caravanas de Anistia e vídeos de datas históricas da luta pela democracia.
 

Edição: Rivadavia Severo