APA Marinha de Ilha Grande deve ser criada até a primeira quinzena de abril

29/02/2012 - 11h43

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha de Ilha Grande, que incluirá a parte marítima da costa dos municípios do sul fluminense, deverá ser criada até a primeira quinzena de abril deste ano. A informação é do secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc.

Segundo ele, o texto final do projeto de criação da APA deverá ser redigido no dia 29 de março. Depois disso, o governador do Rio, Sérgio Cabral, terá dez dias para publicar o decreto de criação.

A APA deverá regular as atividades marítimas nos municípios de Mangaratiba, Paraty e Angra dos Reis, o que inclui Ilha Grande. Segundo Minc, a parte terrestre dos municípios já engloba grandes parques naturais (como Bocaina e Cunhambebe) e a parte terrestre das ilhas da Baía de Ilha Grande já integram a APA Tamoios. Por isso, só faltava uma APA para a parte marinha.

Uma das preocupações para os próximos anos é o possível aumento das atividades petrolíferas na região, por causa das grandes reservas de petróleo da camada pré-sal, existentes na Bacia de Santos.

“A ideia é impedir que o petróleo sem controle ou a atividade naval sem controle destruam o turismo e a pesca. Tem que haver um ordenamento das atividades. Pode haver atividade naval? Claro. Não pode é botar os navios em espera em cima de uma reserva de tartarugas. Pode ter o terminal da Baía de Ilha Grande, da Petrobras? Pode. Eles pediram para dobrar o terminal, mas nós negamos essa autorização, porque está a 2,2 mil metros de Ilha Grande. Pode ter petróleo lá? Pode. Não pode é ter uma plataforma pingando óleo a 200 metros da Lagoa Azul, onde tem um turista mergulhando”, exemplificou Minc.

O secretário participa hoje (29) da instalação do Comitê da Bacia Hidrográfica de Ilha Grande, a última das nove bacias fluminenses a ter um comitê. O grupo, que será formado por 90 integrantes dos três níveis de governo, de usuários dos recursos hídricos e da sociedade civil, será responsável por regular o uso dos rios e lagoas da região, além de promover a conservação e a recuperação desses corpos d’água.

Edição: Juliana Andrade