Planejamento permite maior controle das dívidas ao longo do ano, diz associação

21/02/2012 - 14h44

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O planejamento orçamentário pode parecer assunto relacionado ao governo ou a empresas. Mas organizar em uma planilha todos os gastos, a previsão de despesas e a reserva de dinheiro para poupar ou investir é uma tarefa que permite maior controle das dívidas ao longo do ano.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, recomenda que esse planejamento inclua os gastos de início do ano com tributos e despesas escolares. Por exemplo, se o total de despesas extras em janeiro for R$ 1 mil e o consumidor deixar para pensar nisso somente em dezembro do ano anterior, será preciso reservar R$ 500 em cada um dos dois meses. Mas se essa previsão de gasto extra estiver no orçamento com antecedência, é possível, por exemplo, reservar R$ 100 durante dez meses. “Quanto mais cedo planejar, menor será o sacrifício e mais fácil atingir o objetivo”, diz Oliveira.

Outra orientação é reservar 10% do salário todo mês para poupar ou fazer frente a emergências. Para os consumidores que já têm dinheiro reservado, pagar impostos em cota única pode ser vantajoso se o desconto for maior do que os juros pagos pela aplicação do dinheiro guardado. 

Para os que estão endividados com cartão de crédito, cheque especial e crediário de loja, por exemplo, a dica é procurar o credor e renegociar a dívida. “Outra saída é tomar um empréstimo bancário com juros mais baixos e liquidar essas dívidas”. Além disso, para os consumidores que costumam comprar por impulso, a orientação é deixar o cartão de crédito em casa quando for ao shopping, por exemplo. “Como o cartão tem crédito pré-aprovado, quando o consumidor vê a vitrine, às vezes compra sem necessidade”.

Outra sugestão para resistir às compras por impulso é dar várias voltas no shopping ou centro comercial para pensar se realmente precisa do objeto que quer comprar. “O brasileiro é muito imediatista. Com os juros e a depender do prazo, paga-se duas ou três vezes o valor do bem à vista”, destaca. Ele diz ainda que antes de comprar parcelado, é importante multiplicar o valor das prestações pelo prazo e comparar com o preço à vista.

Segundo Oliveira, é possível se convencer de que poupar para comprar pode ser melhor do que pagar juros altos para ter o produto imediatamente. Segundo ele, quando o valor do bem é muito alto, é importante juntar dinheiro para, pelo menos, ter o valor de entrada e reduzir o financiamento.

Para o vice-presidente da Anefac, ainda falta no Brasil investir em educação financeira, com campanhas educativas e na escola. “O consumidor endividado transfere dinheiro para o sistema financeiro e, às vezes, fica com o nome sujo”, lembra.

Edição: Graça Adjuto