Da Agência Lusa
Brasília – Apenas 21 corpos das 359 vítimas do incêndio em uma prisão em Honduras, ocorrido no último 14, foram entregues às famílias por dificuldades de identificação, informou o Instituto de Medicina Legal hondurenho.
Segundo comunicado do órgão, foram feitas 149 autópsias, mas a identificação por meio de impressões digitais tornou-se impossível na maioria dos casos pelo fato de os corpos estarem carbonizados. Nesses casos, a identificação só é possível por meio de exames de DNA. “O processo de entrega dos cadáveres está mais lento devido às circunstâncias dos acontecimentos e ao tipo de lesões sofridas”, diz o instituto.
Por outro lado, é cada vez maior a pressão por parte dos parentes das pessoas que morreram no incêndio. Eles estão concentrados no Instituto de Formação Profissional, no leste da capital, Tegucigalpa, esperando pelos corpos de seus parentes.
O trabalho de identificação das vítimas do incêndio na penitenciária de Comayagua, no centro de Honduras, está sendo feito por diversas equipes, que incluem 17 hondurenhos, 15 chilenos, sete salvadorenhos, seis mexicanos e quatro peruanos.
O incêndio destruiu uma parte da unidade prisional. De acordo com um último balanço, 359 detentos morreram no incêndio, ou em consequência de queimaduras, o que constitui uma das piores tragédias do gênero em nível mundial.
A penitenciária, apresentada pelas autoridades como um estabelecimento modelo, onde os presos se dedicavam à agricultura, tinha cerca de 850 detidos, o dobro da capacidade. Cerca de 60% deles ainda não tinham sido julgados.
País da América Central com o recorde mundial da taxa de homicídios (cerca de 80 por 100 mil pessoas, de acordo com as Nações Unidas), Honduras dispõe de 24 centros de detenção, com uma capacidade total para 8 mil presos, embora o número de detidos chegue a 13 mil.