Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor do Departamento Europa do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hassan Tajik, disse que, por “razões humanitárias”, o governo iraniano não suspenderá imediatamente a venda de petróleo para seis países europeus. Ele se referiu aos impactos do rigoroso inverno na Europa que registra baixas temperaturas. A ideia é que a medida passe a valer a partir de julho.
“Podemos substituir imediatamente nossos clientes [europeus]. Se não fizemos isso ainda, foi devido à política humanitária do Irã e da situação atual na Europa”, disse Tajik.
As autoridades iranianas convocaram separadamente os embaixadores em Teerã de seis países europeus: França, Itália, Espanha, Grécia, Portugal e Holanda. Segundo a televisão estatal, esses países foram informados da intenção do governo iraniano de rever a venda de petróleo a eles.
Após a divulgação da decisão do governo iraniano, o preço do barril do petróleo sofreu um leve aumento, reforçando as preocupações sobre o fornecimento de energia aos europeus, apesar da garantia da Arábia Saudita, primeiro exportador mundial, de compensar a redução das exportações iranianas.
O barril do tipo brent do Mar do Norte, para entrega em abril, registrou preço até US$ 119,99 – a cotação mais elevada nos últimos seis meses. A alta chegou a US$2,64 em relação ao fechamento de terça-feira (14). Em Nova York, o barril do light sweet crude para entrega em março atingiu US$ 102,54, maior valor desde meados de janeiro – um acréscimo de US$ 1,80 em relação ao dia anterior.
No começo desta semana, o governo do Irã anunciou que deverá reduzir as exportações de petróleo para os países da União Europeia. Segundo país produtor da Organzação dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), o Irã vende pouco mais de 20% de sua produção (cerca de 600 mil barris por dia) para a União Europeia, especialmente Itália, Espanha e Grécia.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI.
Edição: Talita Cavalcante