Centros de tratamento de obesos do Rio começam a mostrar resultados positivos

25/01/2012 - 18h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As pessoas com problemas de obesidade na capital fluminense têm duas unidades específicas para o tratamento do problema de saúde que atinge grande parte da população brasileira. O segundo centro começou a funcionar ontem (24) e pelo menos 20 pacientes procuraram os serviços. O novo Centro de Referência do Obeso do Rio de Janeiro (CRO-Rio) fica na Clínica da Família Felippe Cardoso, no bairro da Penha, zona norte da cidade.

O primeiro centro funciona desde julho do ano passado em Acari, também na zona norte da cidade, e atendeu até agora mais de 112 pacientes, disse hoje (25) à Agência Brasil a nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, Jorginete Damião. Um terceiro CRO será inaugurado até março em Madureira.

A nutricionista destacou que a iniciativa é inédita no Brasil e tem como foco principal a perda de peso do paciente obeso, o controle da saúde, além do aumento da qualidade de vida. “A ideia é que a gente possa atender pacientes obesos graves, com índice de massa corporal acima de 40, principalmente com diabete, encaminhados por unidades de atenção primária”, disse.

O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar, da qual fazem parte médicos, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e professores de educação física. Nos CROs, os obesos recebem atendimento individual e em grupo e são orientados a fazer atividades físicas em casa, no dia a dia. Os centros são vinculados a unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que realizam cirurgias de redução do estômago, para as quais encaminham pacientes que apresentam essa necessidade.

Os centros têm ainda a missão de promover a prevenção da obesidade, além de apoiar as unidades de atenção primária para os cuidados em relação aos casos menos graves que possam ser atendidos na rede básica de saúde. Segundo Jorginete, muitas pessoas consideram a obesidade um risco, mas não uma doença. “Aí, o que acontece é que o paciente vai ganhando peso ao longo da vida e, quando chama a atenção da unidade de saúde, ele já está muito grave. Já está com diabete, com hipertensão e outras coisas associadas”.

Jorginete Damião ressaltou também a necessidade da realização de pesquisas na área. “A gente precisa ter mais conhecimento, porque sabe que o sucesso com o paciente obeso não tem sido grande”. Nos cinco meses iniciais de funcionamento do CRO de Acari, foi registrada perda de peso até 20 quilos nos pacientes obesos atendidos, disse.

 

Edição: Aécio Amado