Daniel Mello
Enviado Especial
São José dos Campos (SP) - Um dia após o início da operação de retirada das famílias da ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos, interior paulista, a polícia ainda enfrenta resistência de pessoas contrárias à desocupação.
A Polícia Militar (PM) tem agido para dispersar grupos de manifestantes, lançando bombas de gás. O mecânico náutico José Elizer foi uma das pessoas surpreendidas pela ação policial. Ele teve que se esconder atrás de um muro para não ser atingido pelas bombas de gás lançadas pelos policiais . “Estava voltando do trabalho, quando fechou o tempo”, disse após interromper o trajeto que em dias normais leva quinze minutos.
O soldador Edimilson Galdino, que mora na região, confessou ter medo da “guerra” que se instaurou no Pinheirinho. Segundo ele, os confrontos ente a polícia e os manifestantes estão prejudicando a rotina das pessoas do bairro. Por causa do tumulto as empresas de ônibus suspenderam o serviço no local. “Não tem nem ônibus para a gente trabalhar”, disse.
Em entrevista na noite de hoje (23), o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, admitiu que parte dos serviços de transporte público foram suspensos na área no entorno do Pinheirinho. Segundo ele, a medida foi adotada após a PM comunicar à prefeitura que os ônibus poderiam ser incendiados.
Hoje (23), um caminhão e uma biblioteca foram queimados na região. Atos que o prefeito classificou como “coisa de criminoso”. De acordo com Cury, “o centro do crime de São José dos Campos era concentrado nesse local”, disse.
Edição: Aécio Amado
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