Secretário-geral da ONU pede que presidente da Síria pare de matar seu próprio povo

15/01/2012 - 17h49

Da BBC Brasil

Brasília - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, fez um apelo incisivo hoje (15) para que o presidente da Síria, Bashar Al Assad, pare de matar seu próprio povo.

Em um discurso no Líbano, Ban Ki-moon disse que as revoluções árabes mostraram que o povo não aceita mais tiranos no poder. "Pare com a violência, pare de matar seu povo. O caminho da repressão é um beco sem saída", afirmou, durante uma conferência sobre democracia nos países árabes em Beirute.

"Os ventos da mudança não vão parar de soprar. A chama que teve início na Tunísia não vai enfraquecer."

O secretário-geral disse ainda que, desde o começo das manifestações da Primavera Árabe, ele vem alertando líderes para que ouçam a população, afirmando que os que ainda não estão fazendo isso sofrerão sérias consequências.

O chanceler francês, Alain Juppé, reagiu, atacando o “silêncio” da ONU em relação à Síria. “O massacre continua, assim como o silêncio do Conselho de Segurança. Essa situação está se tornando intolerável", disse Juppé.

Na semana passada, um jornalista da emissora francesa France Deux foi morto em Homs, um dos epicentros dos protestos contra o regime sírio. Gilles Jacquier foi o primeiro profissional da imprensa ocidental a morrer no conflito.

Em outubro, Rússia e China vetaram uma proposta de resolução que condenaria o regime de Assad.

O chanceler britânico, William Hague, disse que não há, a curto prazo, planos de se criar na Síria uma área de bloqueio aéreo, como foi imposto à Líbia no ano passado.

Ainda neste domingo, Assad aprovou uma anistia geral para todos os crimes cometidos durante os dez meses de protestos populares contra o governo, segundo anunciou a mídia estatal.

A anistia pode ser aplicada aos desertores do Exército que se entregarem antes do final de janeiro, manifestantes pacíficos e outros que entreguem armas ilegais.

Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas já morreram em consequência da repressão do governo às manifestações e 14 mil pessoas envolvidas nos protestos estão presas.