Movimento secundarista critica manifestação estudantil que queimou ônibus no Espírito Santo

11/01/2012 - 16h33

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A União dos Estudantes Secundaristas do Espírito Santo (Ueses) fez hoje (10) duras críticas à manifestação "dos cerca de 50 anarquistas" que queimaram um ônibus e interditaram o trânsito em Vitória, em protesto contra o aumento das passagens. Segundo a entidade, esses atos, apesar de praticados por estudantes, não contam nem com a participação e nem com o apoio do movimento estudantil.

Na manhã de hoje, os manifestantes interditaram as avenidas Getúlio Vargas e Princesa Isabel no Centro da capital. “Eles colocaram fogo em um ônibus antes mesmo de as pessoas deixarem o veículo, colocando vidas em risco. Foram atos de vandalismo contra as pessoas e contra o patrimônio público”, disse à Agência Brasil o presidente da Ueses, Marcos Paulo Silva.

O protesto contra o aumento de 6,5% nas passagens do Sistema Transcol começou por volta das 7h e só foi encerrado às 10h. A polícia militar usou balas de borracha e bombas de gás e de efeito moral para dispersar os estudantes. Com o aumento, as tarifas dos ônibus seletivos do Transcol terão custo entre R$ 2,45 e R$ 4,25, dependendo da distância e da região onde os ônibus circulam.

“O que essa turma está fazendo é colocar contradições que não existem. Os estudantes são contrários a esse tipo de manifestação. Esses anarquistas representam uma minoria. Eram apenas 50 pessoas que sequer reconhecem a organização estudantil, defendendo, inclusive, a extinção do Conselho Gestor. Não queremos, de forma nenhuma que nossas conquistas sejam revertidas em prejuízos para a comunidade. O que queremos são tarifas justas”, disse Silva.

Silva citou como conquistas o transporte público noturno integrado e a mudança na composição do Conselho Gestor do Sistema de Transporte Publico Urbano da Grande Vitória [que era formado quase exclusivamente por técnicos, na maioria ligados ao governo e empresários]. Agora, o novo conselho é paritário entre sociedade civil, governo e empresários. Duas das 15 cadeiras são destinadas aos estudantes.

 

Edição: Rivadavia Severo