Anvisa cancela registro de próteses mamárias da marca holandesa Rofil por conter material da PIP na fabricação

10/01/2012 - 17h11

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu hoje (10) cancelar o registro das próteses mamárias de silicone da marca holandesa Rofil e proibir a venda do produto no país. A decisão foi tomada depois da constatação de que a Rofil comprou material da empresa francesa Poly Implant Prothese (PIP) para a fabricação dos implantes.

A PIP é acusada de ter usado silicone industrial nos produtos, o que aumenta o risco de ruptura da prótese. A Anvisa também recebeu queixas de mulheres contra a marca holandesa. A prótese mamária da Rofil é importada e distribuída pela empresa Pharmedic Pharmaceutical, que detém o registro desde 2009 com validade até 2014. O cancelamento e proibição de venda do material da Rofil devem ser publicados no Diário Oficial da União nos próximos dias.

O gerente comercial da Pharmedic Pharmaceutical, Adriano de Paiva, informou que a empresa vendeu somente um lote com 50 pares de próteses em 2009. Depois daquele ano, a empresa não fez nenhuma importação porque o produto encareceu muito – passando de R$ 2 mil para R$ 2,5, disse Paiva. Ele acrescentou que, até hoje, a empresa não recebeu qualquer reclamação de pacientes.

A Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética recomenda a retirada preventiva das próteses da Rofil, assim como no caso das próteses da PIP. Já a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica aconselha as mulheres com implantes da PIP a procurar seu médico para uma avaliação clínica.

Amanhã (11), técnicos da Anvisa e das entidades representativas dos cirurgiões plásticos vão se reunir para definir como será o atendimento a pacientes com implantes da PIP. A agência informou ter recebido pelo menos 12 queixas de usuárias.

A venda das próteses PIP está proibida no Brasil desde abril de 2010. O registro foi cancelado no dia 30 de dezembro de 2011, após a divulgação das denúncias, na França, de uso de material impróprio e risco maior de rompimento das próteses.
 

Edição: Lana Cristina//Matéria ampliada às 17h34