Com homenagem a Niemeyer, arquitetos do Rio criam primeiro conselho profissional

15/12/2011 - 9h41

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O dia do aniversário de um dos principais arquitetos brasileiros, Oscar Niemeyer, que completa hoje (15) 104 anos de idade, foi a data escolhida para a instalação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU-RJ). Com a nova entidade, estruturada não apenas no Rio, mas em todas as unidades da Federação, os 120 mil arquitetos e urbanistas do país deixam de ser vinculados aos conselhos regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Creas) e passam a ter o seu próprio órgão fiscalizador do exercício profissional.

Criado por lei federal de 31 de dezembro do ano passado, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo teve nos debates no Congresso Nacional que resultaram em sua criação o apoio de Niemeyer, que acabou escolhido por unanimidade como o patrono da nova instituição. Há 70 anos em companhia dos engenheiros e dos agrônomos no Crea, a categoria travou uma luta de mais de 50 anos pelo seu conselho próprio.

“Evidentemente, a arquitetura e a engenharia trabalham de forma conjunta. Não haverá nenhuma separação sob o ponto de vista da convivência, da harmonia e da relação profissional entre os arquitetos e os engenheiros”, diz o arquiteto Sydnei Menezes, primeiro-presidente do CAU-RJ, que toma posse nesta quinta-feira, juntamente com os demais conselheiros, em sessão solene, às 18h30, na Assembleia Legislativa do Rio. “A única coisa que vai nos separar agora são os conselhos e isso significa um salto de qualidade para os arquitetos, que passam a ter suas atribuições profissionais reconhecidas e valorizadas”, acrescenta.

A principal atribuição do CAU, que somente no estado do Rio de Janeiro reúne cerca de 20 mil arquitetos e urbanistas, será a de acompanhar, fiscalizar e normatizar o exercício profissional. Fora do âmbito estritamente legal, Sidney Menezes vê outro importante papel para o órgão.

Esse papel é de ordem política. O conselho será um interlocutor na sociedade sobre todas as intervenções no espaço urbano que venham a beneficiar, em última análise, a qualidade de vida das pessoas.” Neste sentido, explica o arquiteto, o CAU terá como pauta de trabalho “acompanhar e opinar tecnicamente a respeito de todas as ações que os governos anunciam para a renovação dos espaços urbanos, como acontece atualmente no Rio de Janeiro”.

Edição: Juliana Andrade