Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa anual de desmatamento da Amazônia, divulgada hoje (5) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 6.238 quilômetros quadrados (km²), mantém a tendência de queda da derrubada e é a menor desde o início do levantamento, em 1988. Com a devastação em queda, o governo quer agora investir na recuperação de áreas do bioma que já foram desmatadas e estão abandonadas.
“O que está em debate hoje não é só coibir o desmatamento, temos que avançar em relação ao que está em regeneração na Amazônia. É preciso avançar no monitoramento dessas áreas em regeneração”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante a apresentação dos dados.
Cerca de 20% de toda a área já desmatada na Amazônia são ocupadas por vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas, de acordo com levantamento feito pelo Inpe e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, essas áreas poderão ser utilizadas como sumidouros de carbono, porque funcionam como absorvedoras de dióxido de carbono, principal gás de efeito estufa.
“Se aumentarmos a fiscalização, e aumentarmos a produtividade da pecuária – que ocupa 62% das áreas desmatadas – poderíamos, sem desmatar mais, transformar a Amazônia em um grande instrumento de sequestro de carbono, mudando totalmente o balanço brasileiro de emissões”, avaliou.
O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, calcula que essa mudança do papel da Amazônia no cenário brasileiro de emissões de gases de efeito estufa deve ocorrer nos próximos anos. “A recomposição da floresta, junto com as medidas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que prevê meta contínua de redução do desmatamento, vai fazer com que a Amazônia, a partir de 2015, possa se transformar em um centro de absorção de carbono”, disse ele.
Edição: Aécio Amado