Acidente na usina japonesa teve pouca influência na expansão da energia nuclear

03/12/2011 - 10h37

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Apesar de ter suscitado questionamentos sobre o uso de energia atômica, o acidente da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, não alterou significativamente a expansão prevista, em termos mundiais, para a exploração desse tipo de energia. Parte disso se deve ao fato de a China, Índia, Rússia e Coreia manterem inalterados seus planos energéticos, na avaliação da diretora executiva da Agência Internacional de Energia (AIE), Maria van der Hoeven.

“Fukushima fez surgir interrogações sobre o futuro da energia nuclear em países como a Suíça e Alemanha, mas isso ainda não é significativo porque há países como a China, Índia, Rússia e Coreia que continuam a investir nesse tipo de usina, determinando a expansão desta fonte de energia no mundo”, explicou der Hoeven, durante o lançamento da edição 2011 do anuário World Energy Outlook, divulgado pela AIE.

De acordo com o estudo, a produção de energia nuclear poderá aumentar mais de 70% até 2035. Ainda que - em uma situação hipotética projetada pelo estudo - os países membros da AIE optem por não construir novos reatores, e que se criem mais oportunidades para as energias renováveis, há ainda o risco de se acabar estimulando a procura de combustíveis fósseis.

Esta situação, aponta o estudo da AIE, “acarretaria uma maior pressão nos preços da energia, preocupações acrescidas em matéria de segurança energética, dificultando e agravando o custo da luta contra as alterações climáticas”. As consequências serão “particularmente graves” para os países de menores fontes recursos energéticos. Além disso, “as economias emergentes teriam muito mais dificuldade em satisfazer a sua rapidamente crescente procura de energia”.

O anuário World Energy Outlook reúne os principais e os mais recentes dados do setor energético e a evolução da política dos mercados globais de energia ao longo do próximo quarto de século.

 

Edição: Aécio Amado