Comunidade internacional discute hoje na Aiea resolução contra o Irã

18/11/2011 - 7h25

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A comunidade internacional decide hoje (18) se adota resolução contra o Irã devido às suspeitas de produção de armas nucleares. A proposta foi elaborada pelas delegações dos Estados Unidos, da França, do Reino Unido e da Alemanha, com o apoio da Rússia e China, na Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). A resolução, no campo diplomático, tem peso de uma advertência.

A decisão será tomada um dia depois de o diretor-geral da Aiea, Yukiya Amano, reiterar as suspeitas sobre a produção de armas no programa de energia nuclear desenvolvido no Irã. Amano propôs ainda o envio de peritos estrangeiros para verificação do programa. Ele aguarda resposta das autoridades iranianas sobre o envio de uma comissão de alto nível ao país.

No texto da resolução, seis países - Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China – manifestam preocupação com as suspeitas de produção de armas. “[Manifestamos] preocupação profunda e crescente em relação às questões não resolvidas do programa nuclear iraniano, incluindo as que têm de ser esclarecidas para excluir a existência de possível dimensão militar”, diz o documento a ser analisado.

Ao contrário do que defendiam alguns países ocidentais, a resolução não fixa qualquer prazo para o Irã responder às questões levantadas pela Aiea. No entanto, Amano reclamou da falta de acesso dos peritos internacionais aos dados e pediu a colaboração do governo do presidente  Mahmoud Ahmadinejad.

“[No começo deste mês] foi proposto o envio de uma equipe de alto nível para o Irã, a fim de esclarecer as questões [referentes às suspeitas de irregularidades no programa nuclear iraniano]”, disse Amano. “Espero uma data adequada, que pode ser acordada em breve. É essencial que qualquer missão deve ser bem planejada”, acrescentou Amano.

O governo Ahmadinejad negou as denúncias de irregularidades no programa nuclear. Autoridades iranianas disseram que as informações eram baseadas em questões políticas e não técnicas. Também ratificaram que o programa nuclear tem fins pacíficos.

No último dia 11, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu que a comunidade internacional busque “os caminhos do diálogo e da diplomacia” na tentativa de evitar embates e que adote  sanções ao Irã. O chanceler disse que o assunto deve ser tratado no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto