Parlamentares iranianos avisam que país dará "respostas fortes" a ameaças

10/11/2011 - 18h50

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Alvo de suspeitas de produção de armas nucleares, o governo do Irã enviou ao Brasil uma delegação de cinco parlamentares para buscar apoio para evitar novas sanções da comunidade internacional ao país. A visita, encerrada hoje (10), ocorre no momento em que vazou parte de um relatório da Agência Internacional de Energia Nuclear (Aiea) informando que o programa nuclear iraniano produz armamentos.

O chefe da delegação parlamentar iraniana, deputado Mohammad Mehid, disse à Agência Brasil que o Irã reagirá com “respostas fortes” em caso de ameaças ao país. Porém, Mehid associou as “respostas fortes” às ações militares. “Vamos proteger o nosso país. Acreditamos que os inimigos [do Irã] sabem da nossa força e capacidade militar. As ações contra o Irã terão respostas fortes”, afirmou.

Os parlamentares estiveram ontem (9) e hoje na Câmara dos Deputados, onde conversaram também sobre direitos humanos e a possibilidade de incrementar parcerias comerciais e econômicas com o Brasil. Os iranianos disseram ainda que se interessam em compreender os regimentos internos da Câmara e do Senado.

No entanto, os deputados não escondem a preocupação com a possibilidade de os Estados Unidos – que já anunciaram essa intenção – liderarem um movimento em favor da imposição de mais sanções ao Irã devido ao vazamento de parte do relatório da Aiea e às suspeitas sobre programa nuclear iraniano. Os técnicos da agência informam que há sinais de produção de armas nucleares.

Apenas a partir de amanhã (11) o governo brasileiro deve se pronunciar sobre o assunto, depois da divulgação oficial do relatório da Aiea. Por enquanto o clima é de cautela. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (o Itamaraty), embaixador Tovar Nunes, disse que “é cedo para fazer previsões”. Segundo ele, o relatório será analisado em detalhes.

Para o Brasil, segundo Tovar, o ideal é a busca do diálogo e esforço para o desenvolvimento de um programa nuclear com fins pacíficos. No ano passado, o Brasil e a Turquia negociaram um acordo que determinava a troca de urânio levemente enriquecido pelo produto enriquecido a um percentual mais elevado. As negociações foram conduzidas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas a comunidade internacional rejeitou a proposta e o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma série de medidas restritivas ao Irã. As sanções atingem, sobretudo, os setores econômico, comercial, bancário e militar.

Edição: Nádia Franco