Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As denúncias envolvendo o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, são “distintas” das que levaram o ex-governador José Roberto Arruda a renunciar ao cargo, em março do ano passado, disse hoje (8) o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Agnelo é acusado de participar de esquemas de desvio de recursos públicos no Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, quando esteve à frente da pasta, entre 2003 e 2006. Recentemente, o ex-ministro Orlando Silva deixou o ministério por causa de problemas no programa.
“O quadro é distinto. Estamos, sim, apurando quais irregularidades que poderiam ser de responsabilidade do atual governador do DF, mas o quadro tem elementos, por enquanto, que não se assemelham de forma alguma com aquele que tivemos no passado”, disse Gurgel, durante intervalo da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os inquéritos que apuram denúncias contra Agnelo e Orlando Silva no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não tiveram avanços significativos, informou Gurgel. “Houve a remessa do inquérito ao STJ, tendo em vista a saída do cargo de ministro do Esporte. Agora, a coisa está começando a tramitar no STJ sob a relatoria do ministro Asfor Rocha. Nos próximos dias, deveremos estar tendo vista dos autos para exame mais profundo.”
Perguntado se as demissões recentes na Polícia Civil do Distrito Federal significam uma tentativa de cerceamento ao trabalho de investigação contra o governador, Gurgel se limitou a dizer: “É algo que teria que ser apreciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.” No entanto, ele garantiu que ainda está à frente das investigações no STJ.
Nesta semana, a deputada distrital Celina Leão (PSD) entregou ao Ministério Público um áudio em que Agnelo é acusado de receber propina quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com Gurgel, o material ainda estão sendo analisado. “Temos que examinar e periciar para ver efetivamente sua validade e o que poderemos utilizar em torno deles”.
Edição: João Carlos Rodrigues