Conselho de Segurança da ONU debate ação militar na Líbia e Patriota alerta sobre proteção a civis

08/11/2011 - 17h03

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Três semanas depois da morte do ex-presidente líbio, Muammar Khadafi, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne, amanhã (9), em Nova York, para discutir a proteção de civis em conflitos armados. A missão militar estrangeira na Líbia e a hipótese de intervenção na Síria dominarão os debates. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, vai alertar sobre a necessidade de respeito ao princípio da responsabilidade de proteger civis.

Para o governo brasileiro, qualquer ação da comunidade internacional deve considerar como prioridade a proteção dos civis, sem ameaças nem riscos à integridade de crianças, jovens e adultos.A presidenta Dilma Rousseff e Patriota foram contrários à ação militar na Líbia, assim como rejeitam a alternativa de intervenção externa na Síria.

Os assuntos geram divergências na comunidade internacional. No caso da Líbia há um grupo de países, liderado pelos Estados Unidos, que defende que a atuação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi eficiente. Porém, outros países, como a Rússia e a China, levantam dúvidas se os civis foram protegidos pelos militares estrangeiros ou viraram pretexto para o ataque ao grupo de Khadafi.

Até o final deste mês, Portugal está na Presidência do Conselho de Segurança da ONU. O presidente português, Aníbal Cavaco Silva, comandará a sessão de debates amanhã que começa por volta das 10h (13h em Brasília). Paralelamente, Patriota pretende se reunir com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e com representantes de organizações não governamentais que atuam na proteção de civis.

O Brasil pleiteia ocupar um cargo permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que é formado por 15 países – cinco permanentes e dez rotativos. Dilma e Patriota defendem a reforma do órgão cuja estrutura é a mesma de depois da 2ª Guerra Mundial. O próximo mês será o último que o governo brasileiro ocupará um dos assentos rotativos no órgão – há um rodízio a cada dois anos nessas cadeiras.
 

Edição: Rivadavia Severo