Técnicos vistoriam unidades habitacionais do PAC no Rio para verificar surgimento de rachaduras

03/11/2011 - 15h15

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Técnicos e engenheiros da Empresa de Obras Públicas (Emop), órgão do governo fluminense, e das construtoras responsáveis pelas unidades habitacionais erguidas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro fizeram hoje (3) vistoria nos conjuntos habitacionais de Manguinhos e do Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. Moradores desses conjuntos estão assustados com o surgimento de rachaduras nos apartamentos e nos corredores dos prédios.

No primeiro conjunto, que tem cerca de 500 unidades, os problemas começaram a ser percebidos há pouco menos de um ano. A dona de casa Eryka Correia contou que vê, com medo, as rachaduras aumentarem em todos os cômodos. Ela mora no andar térreo do Bloco 3 com o marido e três filhos. “A gente fica com medo porque todos os cômodos têm rachadura. Na sala, ela vai de ponta a ponta da parede. No quarto das crianças também já está grande.”

A síndica de um dos edifícios, Maria de Fátima Santos, disse que já encaminhou à Emop diversas queixas e que a comunidade constantemente recebe visita dos engenheiros. Segundo Maria de Fátima, os profissionais garantem que não há qualquer risco relacionado à estrutura dos prédios, mas as explicações não tranquilizam quem vive no local.

“O problema é que a gente não se sente seguro com essas rachaduras aparecendo. Na minha casa, no Bloco 3, tem rachadura. Na casa da minha filha, no Bloco 1, também está cheio. Os engenheiros dizem que não tem perigo, mas a gente não tem essa certeza, porque elas [rachaduras] estão em todos os prédios”, lamentou.

A assessoria de imprensa da Emop informou que durante a vistoria de hoje, que fazia parte de uma programação rotineira da empresa de visitas às comunidades com obras do PAC, os técnicos confirmaram, mais uma vez, que não há qualquer degradação estrutural dos prédios. Segundo os profissionais, as rachaduras aparentes são em consequência de uma dilatação normal que ocorre em juntas da construção. Para resolver o problema, as equipes aplicam um produto de preenchimento, chamado mastique, o que, segundo a Emop, é o procedimento indicado.

Já na comunidade do Alemão, a Emop informou que, após reclamação de moradores, a equipe técnica foi verificar e iniciar os reparos em parte das escadas de concreto que se descolou da parede. Um laudo assinado pelo projetista responsável garante que não há problema de estrutura. Segundo a assessoria de imprensa da  Emop, uma barra de sustentação foi colocada preventivamente para tranquilizar os moradores, e uma nova vistoria e um novo laudo de outros projetistas estão sendo providenciados. Os documentos devem ficar prontos na segunda-feira (7).

De acordo com a Emop, os síndicos dos conjuntos habitacionais devem encaminhar as queixas dos moradores ao escritório da empresa, na Avenida Itaoca, 1.174, em Bonsucesso, para agilizar as intervenções necessárias.

A Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro informou que está monitorando a situação e que tem recebido diversas reclamações de moradores de unidades construídas com recursos do PAC no Rio. O defensor público federal Daniel Macedo destacou que, caso sintam-se prejudicados, os moradores desses conjuntos devem apresentar formalmente suas reivindicações na sede do órgão, na Rua da Alfândega, 70, no centro da cidade.

Edição: Nádia Franco