No Japão, político toma água de usina nuclear para provar que não há risco de contaminação

01/11/2011 - 11h47

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil


Brasília – Pouco mais de sete meses depois dos acidentes radioativos no Japão, um integrante do governo quis comprovar hoje (1º) que não há risco de contaminação na região que cerca a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do país, onde houve as explosões e os vazamentos radioativos. O porta-voz parlamentar do gabinete do governo, Yasuhiro Sonoda, tomou água coletada na usina.

A Usina Nuclear de Fukushima Daiichi teve os reatores danificados pelo terremoto seguido de tsunami, em 11 de março deste ano. Sonoda tomou a água após ser desafiado pelos jornalistas que estavam no local e perguntavam sobre o risco de contaminação.

A água que Sonoda tomou foi retirada de poças localizadas embaixo dos prédios de dois reatores da usina danificada. Esta água passou por um processo de descontaminação e já está sendo usada para  regar plantas, segundo autoridades.

Para demonstrar que não há ameaças na região de Fukushima, o governo autorizará que jornalistas visitem o local no dia 12 de novembro. Será a primeira vez que jornalistas visitam a área desde o dia 11 de março.

Desde o terremoto seguido por tsunami, as autoridades do Japão impuseram uma zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor da usina. Cidades inteiras foram esvaziadas e a população ainda não retornou a esses locais. Paralelamente, o governo anuncia que será criada uma agência de reconstrução para intensificar a reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto e o tsunami.

A sede da agência será em Tóquio, mas com filiais em Iwate, Miyagi e Fukushima. Pelo projeto, a agência vai funcionar por dez anos, até março de 2021, quando o trabalho será submetido a uma reavaliação.

 


*Com informações da BBC Brasil e a emissora estatal de televisão do Japão, NHK   //    Edição: Lílian Beraldo