Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao anunciar investimentos do governo em mobilidade urbana, hoje (13), em Curitiba, a presidenta Dilma Rousseff disse que o governo tem que "correr contra o tempo" para que as grandes cidades brasileiras tenham condições de mobilidade adequada na Copa do Mundo de 2014.
"Temos de ser capazes de correr contra o tempo. Na verdade, nós já tínhamos de ter nos antecipado ao crescimento da pressão urbana e investido ao longo da década de 1980 e 1990 e agora, no início do século 21, nós já tínhamos de ter a possibilidade de ter todos esses investimentos feitos", disse Dilma.
De acordo com cronograma do Ministério das Cidades, até o final do mês serão conhecidos os projetos de mobilidade urbana que foram selecionados. Belo Horizonte foi a primeira capital a confirmar recursos na seleção, no último dia 16 de setembro.
Para a modalidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo dispõe de R$ 18 bilhões para serem investidos no sistema de transporte público em regiões metropolitanas com mais de 700 mil habitantes.
Dilma disse que, com a Copa, o governo quer deixar um legado para as cidades que sediarão os jogos e que os investimentos devem contemplar a integração de vários tipos de transportes públicos. "O processo de recuperação do espaço urbano brasileiro não vai se dar com apenas um modal. Nós temos que usar todos, sem preconceito: metrô, BRT [Trânsito Rápido de Ônibus], VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], corredores [de ônibus]".
Sobre a crise mundial, a presidenta comparou a atual situação da Europa com a crise que o Brasil viveu no início da década de 1990, quando era devedor e precisava se submeter às orientações do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Vamos nos lembrar bem que o Brasil passou por um momento muito difícil na sua história que foi a chamada crise da dívida, que começou em 1982. Foi a crise da dívida soberana. Hoje nós estamos vendo a Europa passar por algo similar. Não estou dizendo que é igual, mas que é similiar. Nós sabemos o quanto nós perdemos de oportunidades nas duas décadas em que estivemos sob a ingerência do FMI nas nossas políticas de investimentos e de consumo".
Edição: Rivadavia Severo