Comissão Europeia defende aprovação de mais medidas de austeridade para conter crise

11/10/2011 - 10h59

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Comissão Europeia defendeu hoje (10) a adoção de mais medidas de austeridade em alguns dos 17 países que integram a chamada zona do euro. A comissão concluiu que apenas com severidade será possível combater os efeitos da crise econômica mundial. A estimativa da Comissão Europeia é que a dívida dos países da zona do euro ultrapasse mais de 100% do Produto Interno Bruto (PIB).

No relatório trimestral do Conselho Executivo da Comissão Europeia, divulgado hoje, há um alerta sobre a necessidade de inverter a tendência de crescimento da dívida dos países da zona do euro e de assegurar a sustentabilidade das finanças públicas. Para isso, o recomendado é adotar medidas sólidas e permanentes.

O documento ressalta ainda que a população europeia está envelhecendo, o que aumenta as despesas com os sistemas de segurança social e de pensões. Segundo o relatório, é necessário fazer uma correção de longo prazo para que a dívida dos 17 países da zona euro seja sustentável.

Pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia, há um limite de endividamento público de 60% do PIB, mas a maioria dos países tende a ultrapassar o percentual e elevar o déficit em mais 3% do PIB.

Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia informou ter “grandes esperanças” de que o Parlamento da Eslováquia aprove hoje a ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Atualmente recursos do fundo são usados para ajudar Portugal e Irlanda. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que as expetativas são positivas.

Apenas a Eslováquia, entre os 17 países da zona do euro, não ratificou a ampliação do fundo. Pelo texto aprovado, o fundo vai dispor de 440 bilhões de euros. As discussões ocorrem no momento em que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, prometeram adotar medidas para proteger os bancos europeus da crise.

Os mercados esperam agora que medidas mais amplas para a solução definitiva da crise sejam anunciadas durante a reunião anual de cúpula do G20 (que reúne as 20 maiores economias do mundo), nos dias 3 e 4, em Cannes, na França. A presidenta Dilma Rousseff confirmou que participará dos debates na França.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa, e da BBC Brasil

Edição: Talita Cavalcante