CUT faz protesto contra privatização de aeroportos

07/10/2011 - 17h56

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) fez uma manifestação na tarde de hoje (7), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, contra a transferência parcial de parte dos aeroportos brasileiros à iniciativa privada. A privatização dos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas) e Brasília deve começar em dezembro. Em agosto deste ano, o Aeroporto de São Gonçalo do Amarente, na região metropolitana de Natal, foi privatizado. O governo também estuda transferir para o setor privado a exploração de outros aeroportos, como o Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais.

“Entendemos que isso vai encarecer as tarifas e piorar a qualidade dos serviços. Com certeza, poderíamos atrair o capital privado para expandir os aeroportos sem a necessidade de privatizar a Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária]”, disse o presidente da CUT, Artur Henrique.

Mais de 100 pessoas participaram da manifestação. Entre elas, delegados da CUT de quase todo o país, que estavam reunidos em uma plenária em Guarulhos, funcionários da Infraero e de sindicatos de aeroportuários e aeroviários.

De acordo com os sindicalistas, o governo precisa manter o controle acionário da Infraero, mesmo que decida abrir o capital da empresa estatal. O governo quer que a iniciativa privada fique com 51% de participação dos aeroportos privatizados. As entidades sindicais consideram alto esse percentual.

“O ganhador da licitação terceiriza ou quarteiriza e diminui a qualidade do serviço. Estamos vendo o que está acontecendo em várias obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, disse o presidente da CUT.

Os manifestantes percorreram todos os terminais do aeroporto gritando palavras de ordem contra a privatização. Por alguns instantes, as duas faixas de acesso ao desembarque do aeroporto foram fechadas.

“A privatização vai trazer a elitização dos aeroportos e o aumento das tarifas. O que incomoda a elite do país é que os aeroportos começaram a ser frequentados pelo povão. Um governo eleito pelos trabalhadores com discurso contra a privatização não pode privatizar um patrimônio do país como é a Infraero”, disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.

Edição: João Carlos Rodrigues