Secretário do Tesouro admite preocupação com ritmo de investimentos

29/09/2011 - 17h37

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Com crescimento de apenas 0,2% de janeiro a agosto, os investimentos federais não estão tendo o desempenho desejado pelo governo federal, admitiu hoje (29) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, essa é uma preocupação permanente da equipe econômica.

Augustin disse que a execução dos investimentos públicos, como obras e empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está influenciada por fatores operacionais tais como a base alta de comparação em relação a 2010, as variações nos cronogramas das obras e os prazos de licitação.

O secretário assegurou que a verba para os investimentos não sofreu cortes em 2011, apesar de o governo ter bloqueado R$ 50,7 bilhões do Orçamento no início do ano. Segundo ele, apenas as despesas de custeio (manutenção da máquina pública) foram afetadas pelos cortes.

De janeiro a agosto, os gastos de custeio aumentaram 11,8%. Praticamente estáveis, os investimentos voltaram a registrar, no mês passado, crescimento acumulado de 0,2% depois de terem caído 2,4%, de janeiro a julho. Apesar dessa diferença no ritmo de crescimento, Augustin voltou a assegurar que os investimentos encerrarão o ano com expansão maior que as despesas de custeio.

Em relação aos gastos do PAC, que aumentaram 40,3% nos oito primeiros meses do ano, o secretário afirmou que a maior parte desse crescimento decorre do Programa Minha Casa, Minha Vida. Classificados como despesas de custeio, por se tratar de subsídios a financiamentos habitacionais, esses gastos dispararam em 2011 por causa do maior ritmo de execução.

De janeiro a agosto, as despesas do Minha Casa, Minha Vida totalizaram R$ 4,5 bilhões, contra apenas R$ 100 milhões gastos no mesmo período de 2010. De acordo com o Tesouro, o programa habitacional foi o principal fator que acarretou o crescimento das despesas de custeio neste ano. Se essas despesas fossem computadas como investimento, o custeio teria crescido apenas 6,4% em 2011, e o investimento teria aumentado 16%.


Edição: Lana Cristina