Mais de 50% dos bancários aderiram à greve no Rio, estima sindicato

28/09/2011 - 16h03

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Mais de 16 mil trabalhadores, de cerca de 32 mil, aderiram à paralisação dos bancários na capital fluminense, de acordo com o sindicato que representa a categoria. No segundo dia da mobilização, aproximadamente 400 agências, de um total de 1,2 mil existentes na cidade, estão fechadas. Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 12,8%, além de mais contratações e do fim da rotatividade e das metas abusivas impostas pelos bancos, entre outras reivindicações.

Mas a tendência é que a adesão aumente e que eles nos chamem para uma nova negociação na semana que vem”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar. Os grevistas realizam uma nova assembleia hoje (28) às 17h para definir os rumos da paralisação para os próximos dias.

Aguiar informou que a adesão dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal foi praticamente total, mas que existem alguns bancos situados em bairros que continuam funcionando.

No centro, lugar com a maior concentração de agências da capital e onde a greve tem mais força – com piquetes organizados nas portas dos bancos –, não havia filas nos caixas eletrônicos nem nas casas lotéricas pela manhã. Muitas pessoas disseram à reportagem da Agência Brasil que não sabiam da greve.

Gerente de uma casa lotérica no Centro, Manuela Vidal declarou que os períodos críticos para os consumidores devem ser na sexta-feira (30) e na semana que vem, quando vence a maioria das contas.

“A fila deve aumentar nesses dias, se bem que com a greve nos Correios [iniciada no dia 14] deve ter muita conta que não chegou ao seu destino”, disse ela. Segundo os Correios, 35% das correspondências estão atrasadas e a greve não tem previsão de acabar.

Durante a greve dos bancários, a população pode fazer operações em caixas eletrônicos e por meio de celular e telefone fixo. Além disso, pode recorrer a casas lotéricas, por exemplo.

A advogada Milena Rôças se sentiu prejudicada pela paralisação, por não poder dar entrada a um alvará de pagamento judicial em uma agência do Banco do Brasil do Fórum Estadual, único local onde esse tipo de ação pode ser feita.

“Não dá para tirar esse tipo de documento em caixa eletrônico, apenas diretamente com o funcionário do banco. Os advogados e as partes de processos judiciais estão impedidos de receber valores de condenações e honorários em razão da greve”, reclamou Milena.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) alegou que as negociações com a categoria nunca foram interrompidas. Para a entidade, a paralisação é injustificada e precipitada.

Edição: Juliana Andrade