Embaixador de Israel evita comentar posição do Brasil em defesa da criação do Estado independente da Palestina

21/09/2011 - 17h09

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, disse hoje (21) que acompanhou “com muita satisfação” o discurso da presidenta Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Em seu pronunciamento, ela defendeu a busca da paz entre israelenses e palestinos. Eldad evitou, entretanto, demonstrar descontentamento sobre a defesa feita por Dilma em relação à criação de um Estado independente da Palestina, embora Israel não seja simpática à proposta no momento.

“Os temas abordados no discurso da presidenta são muito importantes. É com muita satisfação que recebemos a referência sobre a paz no Oriente e a preocupação com o Estado de Israel”, disse o embaixador.

Ao ser perguntado sobre a defesa da presidenta em relação à Palestina, Eldad disse que o palestinos se precipitam em querer que as Nações Unidas os apoiem na criação imediata de um Estado autônomo. “Pensamos que os palestinos pedem prematuramente [a criação do Estado]”, disse o embaixador.

Segundo Eldad, a criação de um Estado independente e autônomo, como defende o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, está vinculada ao diálogo entre israelenses e palestinos. “O único caminho é diálogo entre israelenses e palestinos. Quando chegarmos a um acordo de paz, Israel vai apoiar a criação de um Estado palestino.”

Pela manhã, durante discurso na Assembleia Geral, Dilma lamentou “ainda não poder saudar” o ingresso pleno da Palestina como membro da Organização das Nações Unidas (ONU). “Assim como a maioria dos países nesta assembleia, acreditamos que é chegado o momento de ver a Palestina aqui representada como membro permanente.”

A presidenta disse também que a paz entre israelenses e palestinos é fundamental para construir o equilíbrio no Oriente Médio. Dilma lembrou ainda que no Brasil árabes e judeus convivem em “harmonia como deve ser”. Em dezembro de 2010, o governo brasileiro reconheceu oficialmente o Estado da Palestina.

Edição: João Carlos Rodrigues