Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O mercado de câmbio continuará instável por pelo menos um a dois anos, estimou hoje (20) o economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. Ele justificou que esse é o período necessário para que tanto os Estados Unidos quanto os países europeus possam aprovar as medidas para equalizar problemas advindos de dívidas e do déficit público.
Ele prevê, no entanto, que a valorização da moeda norte-americana em relação ao real tende a diminuir. Isso porque, na sua opinião, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, vai continuar injetando recursos para sustentar o crescimento da economia. Com mais dólares circulando no mundo, haverá queda na cotação.
Para o economista, vão ocorrer picos de alta, como o registrado nos últimos dias, em consequência de turbulências na economia mundial, mas com posterior estabilização. De acordo com Leite, trata-se de um movimento natural provocado pelas dificuldades de crédito de alguns países europeus, como é o caso da Grécia.
“Se a situação piora lá [na Europa], os investidores dos países desenvolvidos levam de volta os seus recursos porque precisam dele lá”, observou. Além disso, existe o receio de perdas diante das incertezas dos negócios em bolsas de valores, provocando uma fuga momentânea. Leite acredita que, mesmo com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros, a Selic, o Brasil deve manter a atratividade dos investidores estrangeiros porque a rentabilidade ainda é uma das maiores do mundo.
O diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, também avalia a valorização do dólar como algo momentâneo. “Essa elevação do dólar é pontual”, disse. Para ele, as sinalizações estão ancoradas no movimento dos contratos de câmbio dos exportadores e importadores.
Edição: Lana Cristina