Moradores de Santa Teresa não concordam que bondes do bairro sejam substituídos por VLT

13/09/2011 - 18h24

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A ideia de substituir os bondes de Santa Teresa por veículo leve sobre trilho (VLT) não agrada aos moradores do bairro da região central da capital fluminense. A circulação dos bondinhos está interrompida desde o acidente que matou seis pessoas há mais de 15 dias.

“A gente quer que os 14 bondes tradicionais voltem a circular e não os VLTs, que são perigosos. Desde que os VLTs começaram a circular já houve quatro acidentes e uma morte, porque eles têm problemas sérios de freios. A gente não quer que o serviço [de bondes] seja privatizado, pois é essencial para os moradores”, disse Débora Lerrer, representante da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), as reivindicações são um conjunto de propostas reunidas ao longo de décadas por moradores.

Representantes da Amast, diretores do Sindicato dos Rodoviários e o interventor do sistema de bondes, Rogério Onofre, estiveram reunidos hoje (13) para discutir as medidas que poderão ser adotadas para resolver o problema de transporte no bairro de Santa Teresa. No encontro, os moradores apresentaram reivindicações ao interventor, como a volta do bonde ao bairro, medidas de manutenção e segurança aos passageiros e mudanças na circulação de ônibus.

De acordo com Débora Lerrer, os ônibus devem funcionar como um serviço complementar e não percorrer trajetos em comum com os bondes. Segunda ela, a Amast deseja os bondes funcionando durante 14 horas, com qualidade, preços populares e segurança. E defende uma participação ativa de especialistas em transporte e de moradores na gerência do serviço.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Valmir Lemos, disse que falta investimento para melhorar as condições de trafegabilidade dos bondes do bairro. “Estivemos na oficina e percebemos que não havia investimentos. Lá estão seis bondinhos que foram recuperados e estão em cima de cavaletes porque estão sem condições de operar. Percebemos que faltam peça de reposição e ferramentas. Faltam, também, investimentos na via permanente e na via aérea”, disse.

O Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro informou, por meio da assessoria de imprensa, que Rogério Onofre irá analisar as propostas apresentadas pelos moradores e buscar soluções que serão levadas ao governador Sérgio Cabral.

 

Edição: Aécio Amado