Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – No mês em que celebra seu centenário, o Teatro Municipal de São Paulo elaborou uma programação especial que será protagonizada pelo corpo artístico da casa. A comemoração começa nesta segunda-feira (12) com a apresentação da ópera Rigoletto, de Giuseppe Verdi, montada pela Orquestra Sinfônica Municipal e pelo Coral Lírico.
Rigoletto estreou em março de 1851 no Gran Teatro La Fenice, em Veneza, na Itália. A ópera é baseada na peça Le Roi s'Amuse, de Victor Hugo, e narra a história do corcunda Rigoletto, que esconde sua filha Gilda para que ela não se envolva com o conquistador Duque de Mântua. Dentro da composição está a conhecida ária La Donna É Mobile.
Na terça-feira (13), o Quarteto de Cordas se apresenta no teatro com a solista e pianista Cristina Ortiz e, no domingo (18), a Orquestra Experimental de Repertório promove um concerto com a participação da soprano Rosana Lamosa e do tenor Fernando Portari. No dia 25 de setembro, a Orquestra Sinfônica Municipal se apresenta novamente conduzida por seu regente e também diretor artístico do teatro Abel Rocha. O encerramento das comemorações se dá no dia 27 de setembro com a coreografia Paraíso Perdido, do Balé da Cidade de São Paulo.
O Teatro Municipal começou a ser construído em 1903, concebido pelo arquiteto Ramos de Azevedo e pelos italianos Cláudio Rossi e Domiziano Rossi. Sua arquitetura recebeu influência da Ópera de Paris, com traços renascentistas barrocos. Foi inaugurado no dia 12 de setembro de 2011 para um público de 20 mil pessoas. Em seu palco já se apresentaram artistas como Maria Callas, Enrico Caruso, Arturo Toscanini, Claudio Arau, Arthur Rubinstein, Ana Pawlova, Vaslav Nijinsky, Isadora Duncan, Rudolf Nureyev, Margot Fonteyn, Mikhail Baryshnikov, Duke Ellington e Ella Fitzgerald. O teatro também foi um importante palco para a Semana de Arte Moderna de 1922, movimento que promoveu grande transformação cultural no país.
Para comemorar os 100 anos, o teatro passou recentemente por reformas e obras de restauração, que duraram três anos e que consumiram um total de R$ 27 milhões, recursos provenientes principalmente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – cerca de 85% do total – e da prefeitura. Segundo a prefeitura, R$ 7,2 milhões foram utilizados para a reforma do salão nobre, da fachada e do restaurante. Outros R$ 19 milhões foram empregados nas reformas das poltronas e na atualização tecnológica do palco. O restante, cerca de R$ 1,5 milhão, foi utilizado para pintura e restauração interna do prédio.
Edição: Graça Adjuto