Guatemala, um país entre dois mundos: da civilização maia às dificuldades do modernismo

11/09/2011 - 12h27

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília –  A Guatemala nasceu na região onde vivia a maior concentração da civilização maia das Américas. Os maias desenvolveram a escrita, a matemática e as ciências em períodos distintos - antes e depois de Cristo. Com 14,7 milhões de habitantes e uma economia baseada no campo, com o cultivo de café, açúcar e bananas, o país busca consolidar-se como referência na América Central.

A Guatemala enfrenta ainda desafios, principalmente na área social, em decorrência da violência e das desigualdades - os últimos dados indicam que 52,6% da população vive abaixo da linha da pobreza. Na capital, Cidade da Guatemala, há problemas de infraestrutura básica, como o abastecimento de água e energia, além da carência de rede de esgoto.  

Ex-colônia da Espanha, a Guatemala, tão logo se tornou independente, viveu sucessivos períodos de instabilidade política causada por governos militares e civis. Um dos governos mais polêmicos foi o do ex-presidente Jacobo Arbenz, que deixou o poder por tentar fazer reforma agrária em terras da United Fruit Company.

A deposição de Arbenz contou com o apoio direto dos Estados Unidos, em 1953. Porém, nos 36 anos seguintes a Guatemala enfrentou uma guerra civil. Nos anos de 1990, o governo guatemalteco assinou um acordo da paz encerrando o conflito. A estimativa é que mais de cem mil pessoas morreram ao longo de quase quatro décadas de confrontos e aproximadamente 1 milhão deixou o país em busca de refúgio no exterior.

Recentemente a Guatemala deu uma lição de cidadania ao mundo. No começo do mês passado, a Justiça guatemalteca decretou pena de 6.060 anos de detenção para quatro ex-militares que participaram de um massacre de 201 agricultores e suas famílias, em 1982.

O massacre marcou o país pelos requintes de crueldade contra as crianças e as mulheres, na aldeia de Las Dos Erres, em Petén. Cada réu deverá cumprir cerca de 30 anos de prisão.

*Com informações da Agência Pública de Notícias da Guatemala (AGN) e da emissora multiestatal de televisão, Telesur, com sede em Caracas, na Venezuela/ Edição: Andréa Quintiere