Para ex-secretário-geral adjunto da ONU, reforma do Conselho de Segurança deverá ocorrer ainda nesta década

07/09/2011 - 17h41

Da Agência Lusa

Brasília - A reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deverá ocorrer ainda nesta década, em parte devido à crescente perda de influência dos países europeus, disse hoje (7) à Agência Lusa Victor Ângelo, ex-secretário-geral adjunto da ONU.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, únicos com direito de veto (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França), continuam sendo os herdeiros da nova ordem internacional que emergiu no fim da 2ª Guerra Mundial, mas enfrentam novos e crescentes desafios.

“A reforma do Conselho de Segurança da ONU pode ocorrer nesta década e uma das razões é que os países membros permanentes, em especial os europeus, estão perdendo cada vez mais influência em nível internacional e mais cedo ou mais tarde terão de aceitar que o mundo mudou”, disse.

“Neste momento, a aliança entre o Brasil, a África do Sul e Índia é muito forte, tem estado a conjugar esforços, tem uma estratégia comum, os seus interesses coincidem, e por isso vão provavelmente conseguir fazer avançar a agenda de reformas mais rapidamente do que sucedeu no passado”, declarou ainda Victor Ângelo, durante um evento diplomático realizado hoje, em Lisboa.

“É fundamental que países como estes sejam membros do Conselho de Segurança por tudo o que representam em termos de relações internacionais e pelo fato de a sua posição em relação a diversos problemas atuais”, acrescentou.

O funcionamento interno das Nações Unidas e o complexo xadrez das relações internacionais também se mantêm como preocupações prioritárias para o especialista. “Tenho lutado para que exista mais coordenação entre os diferentes departamentos das Nações Unidas, e entre os diferentes países. É preciso obter uma posição mais coordenada, é preciso harmonizar as intervenções”.