Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os lojistas não estão preocupados com efeitos da crise econômica mundial no comério de varejo. Para o vice-presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Vitor Augusto Koch, se houver agravamento da recessão nos países europeus e nos Estados Unidos, "o comércio interno deverá repetir o mesmo processo de realimentação que aconteceu depois da quebra dos bancos estrangeiros em 2008, quando o consumo [interno] trouxe um cenário de equilíbrio" para a economia doméstica.
De acordo com ele, o comércio varejista ainda não está fazendo encomendas para o fim do ano porque "não precisa ter o mesmo nível de organização das grandes redes" e que os pequenos varejistas, que representam 98% do comércio varejista brasileiro, evitam pagar juros, fazem negócios no tempo certo e, preferencialmente, com recursos próprios.
Koch vê "um cenário positivo para a economia brasileira, sem risco de desaceleração acentuada", apesar da inflação. Um exemplo dessa estabilidade, aponta, é a garantia de emprego somada à abertura de vagas. Este ano "está garantido", disse ele, "porque o próprio trabalhador demitido tem no seguro-desemprego a possibilidade de poder comprar no Natal".
O vice-presidente do CNDL destacou que há sinalização positiva em relação à queda dos juros no país. "O Banco Central está agindo rápido e há promessas de desoneração fiscal". Como pequeno lojista, ele diz que "o Brasil está diferente, porque as ações [na área econômica] estão sendo tomadas de forma imediata".
Koch disse ainda que as medidas de estímulo tomadas pelo governo em relação às empresas inscritas no Supersimples ( regime especial de tributação unificada para micro e pequenas empresas) "foram muito boas, especialmente, no que se refere à desoneração de impostos, que tiveram redução significativa". Outro fator que considera relevante foi a alternativa aberta para esse segmento poder exportar sem perder sua qualificação de empresa beneficiária do Supersimples.
Edição: Vinicius Doria