Funcionários municipais dos serviços funerários de São Paulo decidem manter a greve

01/09/2011 - 20h00

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Os funcionários dos serviços funerários da capital paulista decidiram hoje (1º), em assembleia, continuar com a greve que atinge o serviço de transporte de corpos e os enterros. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias (Sindsep), 90% dos 1.336 servidores aderiram ao movimento, que já dura três dias e tem provocado atrasos e cancelamentos de enterros na capital.

A categoria pede reposição salarial de 39,7%, referente às perdas da inflação entre 2005 e 2010. Segundo Sérgio Antiqueira, um dos diretores do Sindsep, o salário médio de um funcionário com nível básico está na faixa de R$ 440 por 40 horas semanais. “Desde 2003, ele [funcionário] recebe esse salário”, disse.

“Ano após ano temos feito campanha salarial pedindo a valorização do servidor público, justamente para garantir a qualidade do serviço. Não se pode apostar em qualidade do serviço público pagando R$ 440 para um servidor trabalhar 40 horas por semana, com desgaste [físico] e problemas de saúde e de moradia”, completou.

Uma nova assembleia foi marcada para a próxima segunda-feira (5) e, segundo Antiqueira , a continuação da greve é resultado da falta de diálogo com a prefeitura. “O que decidimos em assembleia é a continuidade da greve devido à falta de negociação. Não houve proposta de negociação do governo”, disse.

Pela manhã, os grevistas fizeram uma caminhada pelo centro de São Paulo, saindo do Viaduto do Chá, onde está instalada a sede da prefeitura, até a Câmara Municipal. Antiqueira disse que os vereadores prometeram fazer uma reunião com a categoria a fim de dar início a um processo de negociação com o município.

Ontem (31), por meio de nota, a Secretaria Municipal de Serviços disse que “considera inadmissível” a paralisação dos serviços funerários e acrescentou que a greve é ilegal, já que se trata de um serviço essencial à população.

A prefeitura informou que propôs aumento de 15% no piso salarial para os servidores com jornada de 40 horas, passando o salário de R$ 545 para R$ 630. O órgão admitiu que houve atrasos nos serviços de transporte dos corpos e que montou uma operação especial para garantir o atendimento ao cidadão, com reforço da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e de funcionários terceirizados.

 

Edição: Aécio Amado