Sociedade e gestores públicos discutem importância da preservação do patrimônio histórico e cultural

17/08/2011 - 19h28

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O envolvimento da sociedade civil organizada com a questão da preservação do patrimônio cultural, como formador de identidade de um povo, é um dos resultados da 1ª Semana Fluminense do Patrimônio, que ocorre na região das baixadas litorâneas. O evento se estende até o próximo domingo (21) e abrange 11 municípios do estado, incluindo a capital.

A avaliação é do chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) da Região dos Lagos, Ivo Barreto. “Houve interesse de os municípios se consorciarem e fazerem uma agenda regional para colocar em evidência o patrimônio cultural da região que, muitas vezes, acaba ficando em segundo plano em função da cultura de praia”, disse.

Barreto contou que a própria definição da programação do evento envolveu gestores municipais, estaduais e também a sociedade civil organizada, representada por arquitetos e engenheiros da região, além de pesquisadores independentes e universidades. “Todas as instituições da sociedade se sentiram sensibilizadas com a temática e tiveram a iniciativa de querer fazer parte da agenda e propor atividades”.

O destaque da programação de hoje (17) foi a entrega da primeira fase da restauração da antiga Estação Ferroviária de São Pedro da Aldeia, que vai abrigar o Centro de Memória Ferroviária da Região dos Lagos, com apoio do Iphan.

A restauração da estação ferroviária englobou o edifício principal, as fachadas e a estrutura interna. A segunda etapa, que começará ainda este ano, prevê a restauração da parte externa da estação e a recuperação da plataforma e da praça que circunda a obra. A Secretaria Municipal de Educação vai fazer um trabalho com as escolas da região para que usem a praça para atividades relacionadas com o conhecimento e o estudo do patrimônio cultural.

Também foi inaugurada hoje, em São Pedro da Aldeia, a nova sala de cinema local, dentro do projeto Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura, destinado à exibição de filmes fora do circuito. “O intuito do programa é, por meio do instrumento do cinema, abrir o debate sobre cultura e patrimônio, estimulando a incorporação desses aspectos na formação de identidade e de opinião pública”, conta Barreto.

O filme de estreia é Arraial do Cabo, de Paulo Cezar Saraceni, de 1959, que retrata o início da Companhia Álcalis na cidade e o contraste com as comunidades de pescadores locais.

Edição: Lana Cristina