Presidente da OAB quer saber por que juíza assassinada no Rio estava sem escolta

12/08/2011 - 12h12

Da Agência Brasil*

Brasília - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, cobrou hoje (12) esclarecimentos sobre os motivos pelos quais a juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), assassinada ontem (11), estava sem escolta policial mesmo sendo alvo de ameaças.

A magistrada era conhecida por seu rigor na atuação contra grupos de extermínios formados por policiais militares. A juíza foi assassinada quando chegava em casa em Niterói - na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em nota, Cavalcante lamentou a morte da magistrada e pediu imediata apuração sobre os autores e mandantes do assassinato.

“Foi uma barbaridade contra um ser humano e, sobretudo, contra Justiça brasileira e o Estado de Direito. Ceifaram a vida de um magistrado, e não podemos, efetivamente, retornar aos tempos das trevas, conviver com esse tipo de reação, esse tipo de selvageria que agride a Justiça, agride o Estado de Direito”, disse o presidente da OAB.

O presidente da OAB em Niterói, Antônio José Barbosa da Silva, teme que o caso intimide outros juízes que também atuam na área criminal e comprometa o andamento de processos. “Isso pode fragilizar a magistratura”, avaliou.

Por meio de nota, divulgada na manhã de hoje, o presidente da OAB no Rio de Janeiro, Wadih Damous, também manifestou indignação diante do assassinato da magistrada. “Responsável pela prisão e condenação de vários integrantes das chamadas milícias e de grupos de extermínio, Patrícia pagou com a vida seu compromisso com a Justiça.”

Além de prestar solidariedade à família da vítima, Damous exigiu “a cabal apuração dos fatos e a punição exemplar dos culpados de um crime que atinge os fundamentos do Estado”. Ele alertou ainda “para a necessidade de se dar prioridade absoluta ao desmantelamento completo das milícias, verdadeiras máfias que, na área da segurança pública, representam a maior ameaça à construção de uma sociedade democrática e do Estado de Direito”.

*Colaborou Thais Leitão, do Rio de Janeiro

Edição: Juliana Andrade e Talita Cavalcante//A matéria foi ampliada às 12h28.