Cardozo diz que políticos reclamaram para ele do uso de algemas na Operação Voucher

11/08/2011 - 21h28

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (11) que políticos o procuraram para reclamar do uso de algemas na Operação Voucher, que resultou na prisão de 36 pessoas ontem. O incidente levou o ministro a pedir explicações à Polícia Federal (PF) sobre o motivo das algemas. Em nota, a PF respondeu que a opção ocorreu dentro da legalidade, uma vez que os presos iriam para o Amapá em voo com policiais desarmados.

“Eu recebi vários parlamentares reclamando das algemas, e quando eu soube disso, pedi esclarecimentos da Polícia Federal, que foi dado e vou examinar agora”, disse o ministro, ao deixar uma solenidade no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Cardozo disse que a polícia apenas executou uma ordem judicial e que se alguma autoridade transgrediu a lei, será punida. “Caso contrário o Ministério da Justiça vai respaldar as ações, respaldar tudo aquilo que foi feito dentro da ordem legal”.

O ministro voltou a falar que não sabia da operação até o momento em que ela foi deflagrada. “Eu soube no momento da operação e não poderia saber antes. A lei proíbe terminantemente a quebra do sigilo judicial, se eu soubesse antes obviamente seria um crime, e eu jamais cometeria um crime”.

Perguntado se está sendo pressionado pelo governo por não ter informado sobre a ação antes, Cardozo disse que está tranquilo. “A presidenta Dilma [Rousseff] sempre me recomendou o cumprimento da lei, e é o que será feito. Muitos falam que o ministro da Justiça deveria saber da operação antes, deveria ter tomado medidas antes. Quem fala isso desconhece que o ministro da Justiça tem que cumprir a lei”.
 

 

Edição: Rivadavia Severo