Patriota reitera que Brasil atua para garantir paz na Síria sem intervenção externa

10/08/2011 - 15h25

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje (10) que, ao negociar diretamente com o presidente da Síria, Bashar Al Assad, uma solução para a violência do país asiático, o Brasil assume a responsabilidade de integrante do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para o chanceler, é fundamental intensificar os esforços para evitar o agravamento da crise.

Em busca de uma solução pacífica para encerrar a crise na Síria, diplomatas do Brasil, da Índia, da África do Sul e da Turquia estão hoje em Damasco em reuniões com autoridades do governo sírio. O representante do Brasil é o subsecretário para Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Paulo Cordeiro, está em Damasco desde o início da semana.

Após a reunião que ocorreu pela manhã, Bashar Al Assad reconheceu abusos por parte do governo no enfrentamento dos protestos populares e comprometeu-se a promover as reformas reivindicadas pelos manifestantes.

“[Participar diretamente das negociações] significa assumir nossa responsabilidade como membro [rotativo] do Conselho de Segurança e, neste momento, juntamente com a África do Sul e a Índia, nós trabalhamos pela adoção da declaração presidencial [da Organização das Nações Unidas - ONU] da semana passada”, disse Patriota, referindo-se ao documento emitido na última semana condenando a violência na Síria e apelando para o fim da crise.

Segundo o chanceler, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve divulgar ainda hoje um relatório mais detalhado sobre os últimos acontecimentos na Síria. “Com isso, teremos mais informações e fortalecemos a mensagem da declaração presidencial da semana passada”, disse ele.

O governo do Brasil é contra medidas que indiquem ingerência ou sanções à Síria. As autoridades brasileiras defendem uma solução interna, que garanta a preservação dos direitos fundamentais, como os de expressão e de imprensa, o fim das violações aos direitos humanos e as reformas exigidas pela população.

Mas, para os Estados Unidos (EUA), o ideal é intensificar as sanções à Síria. A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, confirmou ontem (9) que o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, negocia com a comunidade internacional a imposição de mais restrições ao governo de Damasco.

Edição: Vinicius Doria