Mau tempo gera prejuízos para agricultores do Sul

06/08/2011 - 12h54

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - As condições meteorológicas registradas na Região Sul nos últimos dias - chuva, vento, frio e neve - causaram prejuízos aos agricultores. No Rio Grande do Sul, o levantamento realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) mostra que o município de Três Forquilhas, no litoral norte, foi o mais afetado pelas fortes rajadas de vento durante a passagem de um ciclone extratropical. A região concentra a maior produção do estado, com cerca 11 mil hectares plantados.

Os pomares de maracujá e de abacaxi de outros municípios do litoral gaúcho também foram afetados, mas segundo o gerente técnico da Emater/RS, Dulphe Pinheiro, o total dos prejuízos ainda não foi calculado. O excesso de umidade, aliado à falta de luminosidade, prejudicou o desenvolvimento de algumas lavouras de trigo, provocando também o surgimento de fungos. O estado produz 1,85 milhão de toneladas do grão.

“Nem tudo foi prejuízo”, disse Pinheiro. As chuvas foram boas para a plantação de arroz, com a recuperação parcial das barragens destinadas à irrigação. O Rio Grande do Sul é o principal produtor de arroz, com 1,1  milhão de hectares plantados e uma produção média de 8,7 milhões de toneladas. Em Bagé, foi suspenso o racionamento de água à população, adotado em janeiro deste ano.

No  Paraná, as lavouras mais prejudicadas são as de milho da segunda safra e de trigo, principalmente nas regiões oeste e norte do estado. A  produção de milho teve, até agora, uma quebra de 35% e as lavouras de trigo perderam 9% da produção esperada para 2011.

A expectativa inicial do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná para a produção de milho da segunda safra foi reduzida de 8,12 milhões de toneladas para 5,31 milhões de toneladas. O prejuízo dos produtores está estimado em R$ 1,1 bilhão.

Nas lavouras de trigo, a expectativa inicial de colher 2,86 milhões de toneladas foi reduzida para 2,61 milhões de toneladas. Os prejuízos estão avaliados em R$ 111 milhões, levando em conta apenas as geadas ocorridas no final de junho, pois, segundo o chefe do Deral, Otmar Hubner, as consequências da chuva e das geadas desta semana ainda estão sendo avaliadas. O balanço deve ser divulgado no final da semana que vem.  

Hubner estima que, com a queda na produção de trigo no Paraná, a dependência da importação vai aumentar, o que pode gerar evasão de divisas para comprar o produto no mercado internacional e suprir o consumo interno.

Edição: Andréa Quintiere