Declaração da ONU sobre a Síria foi “a melhor possível”, diz ministro das Relações Exteriores

03/08/2011 - 21h43

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A declaração presidencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada hoje (3), condenando a violência na Síria e fazendo uma série de recomendações ao governo do presidente Bashar Al Assad, representa a melhor manifestação possível neste momento, disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

“Num contexto em que o Conselho de Segurança da ONU estava paralisado e não emitia opinião qualquer, a declaração presidencial é uma boa manifestação neste momento. Tem um valor de alerta e esperamos que seja levada em consideração com seriedade”, assinalou Patriota. Segundo ele, no entanto, a situação complexa vivida na Síria desperta grande preocupação ao redor do mundo pela intensidade da violência e pelo número de mortes. Isso, acrescentou, leva o Brasil a considerar a necessidade de “medidas de gestões adicionais” no país.

Patriota ressaltou a participação do Brasil na “costura” de um texto que representasse um posicionamento para evitar os dois lados extremos no Conselho de Segurança da ONU: o que pedia condenações e ameaças à Síria e o que refutava qualquer tipo de resolução. “A diplomacia brasileira procurou um caminho para que o Conselho de Segurança da ONU se expressasse de maneira consensual”.

O ministro disse que no caso da Síria, ao contrário do que ocorreu no Líbano, suspensa do Conselho de Direitos Humanos e também da Liga Árabe, não há consenso entre os países árabes, o que o torna mais complexo e difícil de se obter um entendimento.

Patriota informou ainda que ligou para o chanceler do Líbano, Adnan Mansour, para dizer que a declaração aprovada hoje é uma manifestação equilibrada e que “merece ser levada a sério e considerada atentamente também pelo governo libanês”.

Edição: João Carlos Rodrigues