Força Sindical diz que passeata de amanhã das centrais será de crítica ao Plano Brasil Maior

02/08/2011 - 19h37

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - As centrais sindicais vão aproveitar a passeata de amanhã (3) para criticar o Plano Brasil Maior que foi anunciado hoje pelo governo. Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, o governo errou ao não ter aberto diálogo com representantes dos trabalhadores, o que poderia ter melhorado o plano.

“Acho que (na elaboração do plano) poderia ter se verificado quais são os setores que mais têm problemas, por exemplo, em relação à competitividade. E pensar, a longo prazo, em investimentos em qualificação e na redução de impostos dos setores que são mais atingidos. O governo se enrolou internamente. Tem uma disputa interna entre setores do governo que está prejudicando o diálogo geral”, disse Juruna, em entrevista à Agência Brasil.

Juruna destacou que entre os pontos positivos do plano estão a redução da alíquota para o INSS dos setores mais sensíveis ao câmbio, como o de vestuário, o controle maior sobre a entrada de produtos nos portos brasileiros e a busca do governo por uma maior nacionalização do setor de autopeças.

No ato de amanhã, que terá a participação de cinco centrais sindicais, além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), os manifestantes vão reivindicar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução do salário, redução na taxa de juros, o fim do fator previdenciário, a realização de reformas agrária e urbana e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 50% do fundo social do pré-sal para a educação. O percurso da manifestação será do Estádio do Pacaembu até a Assembleia Legislativa de São Paulo.

Para a Força Sindical, o plano foi tímido, principalmente por não tratar mais especificamente sobre redução na taxa de juros. “A Força Sindical considera tímidas e insuficientes às medidas. Faltou ousadia ao pacote e um diálogo democrático e mais aprofundado com os setores envolvidos nas medidas”, disse a entidade, por meio de nota.

Além da crítica à taxa de juros, a nota traz outra preocupação da Força Sindical com relação à Previdência Social. “Os trabalhadores estão preocupados com a Previdência Social e com o aumento do déficit devido a perdas de arrecadação”.
 

 

Edição: Rivadavia Severo