Metade de pacientes que fazem transplante de fígado em hospital de SP tem hepatite B ou C

28/07/2011 - 19h28

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Metade dos pacientes que fizeram transplante de fígado no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, em São Paulo, era portadora de vírus da hepatite B ou C. Isso é o que mostra levantamento feito com 1,1 mil transplantados no hospital.

Segundo o levantamento, metade dos pacientes que estão na fila de espera por transplante de órgãos também convive com o vírus da hepatite B ou C.

A maior parte dos transplantados, cerca de 40% do total (430 pacientes), tinha hepatite C e outros 8% (90 pacientes) foram infectados pelo tipo B.

“Isso espelha um resultado que foi observado pela equipe [do hospital], mas que ocorre da mesma forma no Brasil e também no resto do mundo. A diferença é que, na Ásia, a principal causa de transplante é a hepatite B. E nos países ocidentais, a hepatite C tem maior incidência”, disse o o coordenador de transplante de fígado do hospital, o médico Carlos Eduardo Baía.

De acordo com ele, há vários tipos de hepatite (inflamação no fígado provocada por vírus), mas a mais preocupante é a crônica. “No caso da hepatite B e C, o vírus pode ficar no organismo durante anos, causando uma lenta e progressiva destruição do fígado. Essa inflamação crônica vai transformando o fígado de forma com que fique com jeito de cirrose.”

A cirrose causada pelo vírus da hepatite B ou C, acrescentou o médico, pode induzir a pessoa a ter câncer de fígado ou complicações como deficiência na coagulação de sangue, hemorragia digestiva e formação de varizes de esôfago.

Para evitar a doença, é ideal é que a pessoa se vacine contra a hepatite B, recomenda o médico. “A primeira fase é a prevenção por meio de vacina. A hepatite C, infelizmente, não tem vacina. Mas para a hepatite B há uma vacina que está disponível em todos os postos de saúde e faz parte da vacinação das crianças.”

Também é possível prevenir a hepatite evitando compartilhar instrumentos que possam conter sangue, tais como seringas, agulhas, escovas de dente e lâminas de barbear. Além disso, as pessoas sempre devem levar seu próprio material quando for à manicure.

Edição: João Carlos Rodrigues