Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - É pelo Jardim Batan, no bairro de Realengo, na zona oeste da cidade, favela recentemente pacificada, que o projeto TRE Cidadão – Justiça Eleitoral Itinerante começa suas ações de prestação de serviços como a emissão de títulos de eleitor biométrico (o eleitor é identificado eletronicamente pela impressão digital), transferência de domicílio e regularização da situação eleitoral, em comunidades pobres do estado.
Hoje (26), os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, e do Tribunal Regional do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Luiz Zveiter, e o governador Sérgio Cabral, assinaram o termo de cooperação dando início ao projeto.
Ao comemorar o lançamento do projeto, pioneiro em todo o país, o presidente do TSE afirmou que ela marcava o resgate da cidadania da comunidade do Batan.
“Por motivos alheios à sua vontade, esta comunidade [Jardim Batan] esteve por muito tempo abandonada e às margens de direitos elementares. É um momento em que a cidadania reconquista os seus direitos políticos e que os membros da comunidade podem começar uma luta efetiva por seus direitos fundamentais”, disse Lewandowski.
Para o presidente do TRE, a iniciativa vai acabar com os chamados “currais” eleitorais. “Eu acho que o TRE, hoje, veio reocupar o espaço para poder dividir com equidade entre todos os candidatos a possibilidade da propaganda eleitoral. É a fiscalização acabando com o curral eleitoral, que era controlado em determinado momento pelo tráfico e em outro pela milícia”.
O Jardim Bantan ficou marcado pelo sequestro e tortura de repórteres do jornal O DIA, por milicianos, em 14 de maio de 2008. A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade foi a primeira escolhida para sediar o lançamento do projeto. Os ex-jogadores de futebol, Jairzinho, Brito, Marco Antônio e Amarildo, todos campeões mundiais, além do ex-lutador Rickson Gracie, estiveram presentes à solenidade.
Edição: Aécio Amado