Greve dos servidores da saúde do DF perde força e sindicato ameaça punir líderes que voltaram ao trabalho

06/07/2011 - 17h58

Da Agência Brasil

Brasília - A greve dos servidores da área da saúde do Distrito Federal perdeu força hoje (6). Na esperança de reabrir negociação com o governo local, funcionários do Hospital Regional de Planaltina e do Hospital Regional de Sobradinho decidiram ontem (5) pelo retorno ao trabalho. Em Planaltina, o atendimento já foi normalizado. “Vamos dar uma trégua na greve até o dia 15, para abrir uma mesa de negociação com o governo”, disse Joana Matos, servidora lotada no Hospital Regional de Planaltina.

Cerca de 200 servidores do Distrito Federal fizeram na manhã de hoje protesto em frente ao Hospital Regional do Gama, onde a greve ainda prejudica o atendimento à população. O diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde do Distrito Federal (Sindsaúde) Luiz do Vale lamentou a decisão de alguns colegas de encerrar a greve. “As lideranças que conduziram o retorno ao trabalho se deixaram levar pela promessa do governo de negociar ”.

Segundo Vale, as unidades de saúde que saíram da greve não enfraquecerão o movimento, mas ele ameaçou os diretores do sindicato que decidiram voltar ao trabalho com punições previstas no estatuto da entidade.

A categoria se reunirá amanhã (6), às 10h, em mais uma assembleia para avaliar a greve. Os líderes sindicais ameaçam radicalizar, interrompendo o atendimento dos prontos-socorros e unidades de tratamento intensivo (UTIs) e parando serviços essenciais de hospitais e centros de saúde, como lavanderias e divisões de informática.

Enquanto o impasse não é solucionado, pacientes da rede pública do Distrito Federal sofrem para conseguir atendimento. A jardineira Ângela Aparecida, de 31 anos, moradora da Cidade Ocidental (município goiano do Entorno de Brasília), foi ao Hospital do Gama tentar fazer uma radiografia abdominal por causa das dores fortes que podem ser sintomas de problemas na vesícula ou no apêndice. No entanto, ela voltou para casa sem ser atendida. “Disseram que não tem como fazer o exame, por causa da greve, e não me deram nenhuma previsão. É um descaso, vou ter que esperar, pois não tenho como pagar o exame”, lamentou a jardineira.

A aposentada Iraci Assunção, 61 anos, sofre de pressão alta. Ela chegou de madrugada no hospital porque sentia dor de cabeça, mas até as 11h ainda não havia sido atendida. “Se eu não tivesse me sentido tão mal não viria, pois semana passada passei o dia aqui e não fui atendida, só havia um médico”.

Até o momento o governo do Distrito Federal (GDF) não fez nenhuma proposta aos servidores da saúde. Desde segunda-feira (4), o Sindsaúde está sendo multado em R$ 30 mil por dia de greve por determinação da Justiça. Ontem (5), o GDF pediu que a Justiça aumente o valor da multa para R$ 150 mil por dia de greve.

Edição: Vinicius Doria // A matéria e o título foram alterados para correção de informação