“Precisão da informação é imperativo na comunicação pública”, diz diretor de agência de mídia da África do Sul

01/07/2011 - 19h49

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O cidadão deve ser o guia do conteúdo produzido nas mídias públicas para que elas se aproximem do público. A avaliação é do coordenador da organização não governamental BBC World Trust, Soren Johannsen, que participou hoje (1º) do Seminário Internacional de Mídias Públicas: Desafios para o Século 21, promovido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Já o diretor da Agência de Desenvolvimento de Mídia e Diversidade da África do Sul, Lumko Mtimde, enfatizou que a precisão da informação é o grande diferencial das mídias públicas em relação às comerciais.

“Precisão da informação é imperativo na comunicação pública.”, afirmou Mtimde, ao participar do painel Conteúdos, Qualidade e Diversidade. Ele também relatou que em seu país o sistema público tem obrigação, por lei, de promover produção independente e programas com todos os idiomas falados na África do Sul.

Em sua apresentação, Johannsen destacou que a função dos sistemas públicos de comunicação é abrir espaço para “as vozes não ouvidas” por outras mídias, como crianças, idosos e pobres. “A audiência é o coração do que estamos fazendo. O público deve definir a pauta e não um grupo de jornalistas”, disse o coordenador da BBC World Trust, que trabalha com rádios comunitárias e religiosas em Angola e na República da Zâmbia.

Ele contou que um programa da BBC World Trust com uma rádio angolana pretendia abordar questões sobre corrupção. Porém, perceberam que o público queria ouvir sobre outros assuntos. “Eles queriam saber sobre saneamento, energia e acesso à água.”

Segundo Johannsen, não há uma receita pronta que mostre como conquistar audiência e sugere que as emissoras abram as portas para esses públicos. “Precisamos ser flexíveis e ir aos locais para atingir a audiência.”

A professora de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Regina Mota destacou a importância da abordagem cultural nas televisões públicas. Para ela, o grande desafio é entender a produção de conhecimento com foco na diversidade do país. “Que entre a tela e o espectador se promova o nosso laço cultural."

O painel foi mediado pelo diretor de Produção da EBC, Rogério Brandão. O seminário é transmitido, ao vivo, pelo canal TV Brasil Internacional e no site www.ebc.com.br. O evento termina hoje (1º), na sede da EBC.

Edição: João Carlos Rodrigues