UFRJ inaugura amanhã centro de estudos sobre vulnerabilidade da população carente

30/06/2011 - 15h35

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vai inaugurar amanhã (1º) o Laboratório Herbert de Souza de Tecnologia e Cidadania. Fruto de uma parceria entre a Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da universidade (Coppe) e o Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (Coep), a unidade vai reunir especialistas de diversos setores com o objetivo de desenvolver estudos e pesquisas sobre os fatores de vulnerabilidade da população carente.

De acordo com o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, que participou na manhã de hoje (30) de um seminário sobre redução das desigualdades, as soluções propostas pelos pesquisadores do laboratório servirão para orientar políticas públicas de erradicação da miséria no país.

“Vamos desenvolver tecnologias sociais de combate à pobreza. O Brasil tem avançado nesse campo, mas ainda há muito a se fazer. Por isso, vamos indicar para o governo possíveis caminhos, baseados em pesquisa, ou atuar diretamente em comunidades carentes, com projetos específicos”, explicou.

O professor citou como exemplo de tecnologia social já desenvolvida pela UFRJ o programa de incubadoras de cooperativas em comunidades carentes do Rio. Pela iniciativa, profissionais da universidade oferecem apoio técnico a pequenos empreendedores de localidades pobres para que se estruturem e fortaleçam sua capacidade de fazer negócios por meio do cooperativismo.

O diretor da Coppe acrescentou que no laboratório também serão desenvolvidas pesquisas específicas sobre as adaptações necessárias às populações carentes que moram em áreas de risco como forma de prevenção aos impactos das mudanças climáticas.

“O problema da pobreza, embora seja prioritário, também tem a ver com as mudanças climáticas. Os pobres são os mais afetados em tudo porque estão mais expostos e a classe média e os ricos se protegem melhor. Quando há temporais, por exemplo, é comum haver mais desabamentos ou inundações onde os mais carentes vivem”, ressaltou.

Durante o seminário, na sede da Coppe, Cláudio Roquete, adjunto da Secretaria Extraordinária de Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), destacou que a inauguração do laboratório reforça o empenho do governo federal de levar a cidadania a 16 milhões de brasileiros que ainda permanecem na pobreza extrema, por meio do Plano Brasil sem Miséria. O programa foi lançado pela presidenta Dilma Rousseff no início do mês.

Segundo o secretário adjunto, o maior desafio para a implementação do programa, neste momento, é mobilizar estados e municípios para participar das ações.

“Estamos centrados agora na pactuação com as outras esferas de governo. Os instrumentos que o governo federal desenhou precisam ganhar corpo e forma para cada estado e cada município e a nossa principal tarefa agora é traduzir essas ferramentas para políticas reais na ponta”, disse.

No caso do Rio de Janeiro, ele enfatizou que as principais ações do programa serão voltadas aos jovens de comunidades pacificadas.

“Precisamos ter ações que motivem esses jovens que foram durante muito tempo seduzidos pelo tráfico a encontrar alternativas de vida gratificantes”, ressaltou.

Edição: Juliana Andrade