Brasil apoia candidatura de ministra francesa à direção do FMI

28/06/2011 - 15h48

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje (28), em entrevista coletiva, o apoio do governo brasileiro à candidatura da ministra da Economia, Indústria e Emprego da França, Christine Lagarde, ao cargo de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mantega disse que agrada ao Brasil o fato de Christine Lagarde ter declarado que não pretendia apenas representar a  Europa, mas exercer o cargo, se for eleita, para atender ao interesse global.
  
Em nota divulgada há pouco, o Ministério da Fazenda lamentou o que chamou de "celeridade do processo de seleção" no FMI, que "dificultou o aprofundamento dos debates, que devem ser transparentes e baseados no mérito". A nota enfatiza que isso foi recomendado pelo Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC) e pelo G20, grupo que reúne os países mais ricos e as principais economias emergentes. 

O Ministério da Fazenda ressaltou, no entanto, que, para a gestão posterior do FMI, a escolha não deverá ser necessariamente de um cidadão europeu. "Os países pequenos devem ter voz adequada". A nota divulgada hoje lembra que, desde a crise global, os países pequenos têm enfrentado desafios específicos que demandam  maior atenção do fundo. Na entrevista, Mantega disse que, depois da  próxima gestão, o ideal é escolher para a direção do FMI o representante de um país emergente.
 
Para Mantega, se for concretizada a escolha da ministra Christine Lagarde, haverá uma esperança de que o fundo não adote "uma abordagem prescritiva, mas que aprofunde o conhecimento com as experiências nacionais de administração de fluxos de capitais".

"O Brasil registra, ademais, os méritos da candidatura do mexicano Agustín Carstens e tem a convicção de que o processo de modernização do FMI, dotando-o de maior credibilidade e legitimidade, será mantido, qualquer que seja o resultado da seleção."

A direção do FMI ficou vaga em maio, com a saída do francês Dominique Strausss-Kahn, após envolvimento em um escândalo sexual em Nova York. 

Edição: Nádia Franco