CPI da Alerj quer controle maior das armas usadas por policiais

27/06/2011 - 21h19

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga o controle e o tráfico de armas, munições e explosivos no estado, vai se reunir no dia 6 de julho com técnicos da Secretaria Nacional de Segurança, em Brasília, para obter informações sobre a troca e doação de armamentos das Forças Armadas para as polícias Civil e Militar.

Em audiência realizada hoje (27), a comissão ouviu o assessor parlamentar da Polícia Militar, coronel Luigi Gatto, que apresentou as informações do trabalho logístico sobre a entrada, saída e uso de armamentos por parte dos policiais. Além disso, entregou uma lista de armas extraviadas, furtadas e roubadas da corporação desde 2000.

O oficial também detalhou o sistema de controle de armas digital e biométrico que é usado desde 2009 pelo 3º Batalhão de Polícia Militar, no bairro do Méier, zona norte da cidade. Toda vez que uma arma fica em posse de um policial, sua entrada e saída são registradas em impressão digital. O trabalho agradou aos relatores da CPI, que também levarão essa proposta para Brasília a fim de que o mesmo sistema seja implantado nos demais órgãos de segurança.

“Nós vamos aproveitar e encaminhar para Brasília porque o projeto tem méritos. O controle digital de cada policial com relação à sua arma. E isso é muito importante porque aumenta o rigor do controle do Poder Público sobre as armas e é fonte muito importante no que diz respeito ao tráfico de armas”, disse o relator da CPI, deputado estadual Marcelo Freixo (P-SOL-RJ).

Marcelo Freixo declarou que a maior dificuldade da CPI está na questão criminal. A falta de comunicação entre as polícias Militar, Civil e Federal acaba dificultando a identificação de grandes traficantes de armas.

“Este é um problema que esbarra numa questão nacional e até internacional. Mas esse viés criminal, sem sombra de dúvidas, é a maior dificuldade dessa CPI. Afinal de contas, em dez anos, no país, só uma pessoa foi presa como grande traficante de armas. Então, mostra-se aí uma grande fragilidade das polícias na efetiva responsabilização no tráfico de armas”, disse.

 

Edição: Aécio Amado