Crise na Síria e Líbia ocupa parte das conversas de Patriota e Ki-moon em Brasília

16/06/2011 - 17h29

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A crise na Líbia e Síria ocupou parte das conversas hoje (16) do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Ki-moon disse ter apelado ao presidente sírio, Bashar Al Assad, que “pare de matar pessoas” e apelou, mais uma vez, para que o líder líbio, Muammar Khadafi, declare um “cessar-fogo imediato”.

“De novo, eu pedi ao presidente Assad e às autoridades [sírias] para parar de matar pessoas e se engaje em um diálogo inclusivo”, afirmou Ki-moon, depois de se reunir com Patriota, no Itamaraty. “Tenho conversado com o presidente Assad. Pedi fortemente para ouvir os desejos e aspirações de seu povo. Também disse para ele ter o cuidado de proteger vidas humanas. É totalmente inaceitável que muitas pessoas civis protestem pacificamente em defesa de seus desejos de maior liberdade e sejam mortos e feridos.”

No que depender do Brasil, a solução da crise nos dois países envolve a busca por alternativas negociadas. Na conversa, Patriota alertou que houve uma extrapolação nas ações na Líbia a partir da imposição da área de exclusão aérea sob a alegação de proteção aos civis na região. Segundo o chanceler, é necessário observar a instrumentalização das ações em defesa de interesses de um grupo de nações.

No começo do ano, quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou a resolução da imposição da área de exclusão aérea na Líbia, o Brasil se absteve. Para o governo brasileiro, a medida é um risco para o agravamento da violência na região. Desde então, forças leais a Khadafi, oposição e estrangeiros se enfrentam nas cidades líbias.

Patriota e Ki-moon concordaram que Líbia e Síria vivem situações distintas. Mas para Patriota, deve-se buscar uma solução negociada como uma declaração com fins de advertência às autoridades da Síria, que está em discussão no Conselho de Segurança.

“Seria uma maneira de o conselho se manifestar sobre uma situação que é preocupante e complexa e seria uma hipótese interessante”, afirmou o chanceler, lembrando que esta manifestação só se torna pública se houver consenso entre os 15 integrantes do Conselho de Segurança. “O Conselho de Segurança ainda está em consultas. [Isto] não tem prazo.”

 

 

Edição: Rivadavia Severo