Palocci diz que saiu do governo para não prejudicar diálogo

08/06/2011 - 19h46

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Ao deixar hoje (8) o Palácio do Planalto, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci disse que não guarda mágoas do tempo em que permaneceu no governo da presidenta Dilma Roousseff. "Tudo que não levo daqui são mágoas, mas alegrias levo muitas.” Ele reafirmou que deixou o governo para não prejudicar o diálogo e ainda defendeu a liberdade de imprensa. Palocci foi substituído no cargo pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

“Não posso julgar a mim mesmo. A minha permanência em momento de conflito não poderia ajudar o governo. Por isso, deixo o governo. Mas insisto, não carrego mágoa, ressentimento. A política funciona assim e a imprensa funciona assim. Por isso, a gente luta pela liberdade de imprensa.”

A crise que provocou a saída de Palocci foi deflagrada a partir de reportagem publicada pela Folha de S.Paulo. De acordo com o matéria do jornal paulista, Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio entre 2006 e 2010, quando era deputado federal. Antes disso, ele foi ministro da Fazenda do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Palocci alegou que seus ganhos foram obtidos por meio de consultoria para empresas. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, arquivou o pedido de investigação do caso, mas Palocci não resistiu à crise política.

Mesmo diante das suspeitas de enriquecimento ilícito, Palocci disse que sai do governo de cabeça erguida. “A gente sai com respeito, com a cabeça erguida, com a certeza do dever cumprido e com a confiança de que Dilma vai fazer muito pelo país.”
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Palocci coordenou a campanha eleitoral de Dilma à Presidência e, em seguida, assumiu a equipe de transição. É a primeira baixa do primeiro escalão do governo da presidenta.

Esta é a segunda vez que Palocci é afastado do governo depois de se envolver em situações embaraçosas. Em 2006, ele deixou o cargo de ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ,após o escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, no qual estava envolvido.

Edição: João Carlos Rodrigues